Apaixonado por pintar bikes, alegretense dá show no Coração do Rio Grande

A história a seguir é recheada de muita determinação, coragem e persistência. O script seja talvez aquele tradicional de uma família moradora do interior do RS buscar cidade grande para prosperar na vida, saindo em busca de crescimento realização e a concretização dos sonhos.

Mas para chegar no objetivo é preciso resiliência, sem contar que muitos fracassam no meu do caminho. Para o alegretense Carlos Rodrigo Damaceno Bilhalva, hoje com 36 anos, a vida deu uma guinada. Ele saiu de Alegrete cedo com a ida da família para Santa Maria.

Carlos, a mãe Enir Vadirce Damaceno Bilhalva e o pai Antônio Carlos Prado Bilhalva, moravam na antiga escola Agrotécnica em Passo Novo, hoje IFF. Em 1986, a família alegretense foi de mala e cuia para Santa Maria.

Carlos tinha apenas 2 anos, cresceu no Coração do Rio Grande, onde estudou até o 2º Grau completo. Com cursos na área de informática, o alegretense fez ainda um de Web design.

Conseguiu trabalho em uma oficina de chapeamento de carros, onde por quase uma década se profissionalizou. A atividade na oficina despertou o gosto pela pintura.

“Virou minha paixão mesmo quando resolvi pintar minha primeira Caloi 10”, conta, Daí em diante, Carlos pesquisava na internet tudo sobre pinturas e começou a fazer pinturas em bicicletas e automóveis.

Paulo Rosso, dono da oficina onde trabalhava deu todo apoio que Carlos precisava para iniciar. Era o que faltava para o alegretense despontar na arte de pintura. Ganhou um convite de um amigo. A proposta de trabalhar em uma loja especializada em bike.

Iniciou na Bike Garden, onde já fazia trabalhos de revitalização e restauração de pinturas de bikes usadas e atendia pedidos de clientes.

Trabalhando na área de mecânico, aprimorou seus conhecimentos em mais uma área. Apaixonado por fotografias, Carlos registrou inúmeras provas em Santa Maria. Com um olhar afinado para o esporte, suas fotos são preferidas pelos ciclistas. Biker de carteirinha, Carlos pedala diariamente com sua inseparável scott.

Por quase um ano, Carlos foi parar em outra loja de bicicletas, a Ciclomar em Camobi. O serviço era bem próximo de sua casa. Na Ciclomar, o alegretense completou mais um ano de serviços.

Durante esses dois anos, Carlos economizou seus rendimentos e foi investindo em ferramentas para mecânica e equipamentos para pintura, como compressor, pistolas e outros itens necessários para a atividade.

O alegretense acabou montando na garagem sua própria empresa. É lá que realiza suas pinturas e mecânica nas bikes de clientes que com o tempo cativou.  “Tive apoio de amigos para isso tudo. Muita gente me ajudou e sou grato a todos”, relembra.

O nome da firma de Carlos é sugestivo: “Billy Stiles”, ele entrega que foi um dos funcionários da loja Bike Garden, Bruno Cardoso que fez a logo e me enviou e eu gostei e pegou legal o nome, conta com uma voz de realização.

Alguns clientes da loja já chamavam ele de Billy, depois da logo o apelido foi batizado de vez. “Eu não tinha nada concretizado e quando sai da Ciclomar criei um MEI para ter uma segurança maior, tudo correu bem e hoje faço trabalhos cada vez melhores, buscando aprender de como fazer estilos novos”, explica o alegretense.

A principal parceira da Billy Stiles é a loja Bike Garden que pelo esforço do trabalho do alegretense indica clientes pelo RS, mas também outros amigos espalhados pelo Brasil. Até clientes de Brasília e Espírito Santo já solicitaram serviços. Clientes de Alegrete, Santa Rosa, Caxias do Sul, Porto Alegre, Ijuí e Candelária seguido são atendidos no Coração do Rio Grande.

A Billy Stiles, é aquela oficina de fundo de garagem, simples, humilde mas funcional. Talvez esteja aí o segredo do alegretense que dá nova vida as bikes de seus clientes.

Júlio Cesar Santos                                    Fotos: acervo pessoal