Maurício, o alegretense que herdou a arte da declamação desde piá

Apaixonado pela cultura gaúcha, o alegretense Maurício Bastos Rodrigues, de apenas 16 anos, é um exemplo de dedicação pela arte de declamar e reverenciar o tradicionalismo com a prática das danças de salão.

Filho do casal Aline Bastos e Paulo Ari Trindade, o guri está cursando o 2° Ano do ensino médio no Colégio Estadual Emílio Zuñeda. Herdou da mãe a arte da declamação, logo aos 4 anos já arriscava os primeiros versos. O incentivo dos pais foram fundamentais para o gosto pela arte.

Maurício seguiu firme e graças a união da família que não mediu esforços em nenhum momento, hoje ele ostenta mais de 20 troféus. Apaixonado pela arte, ganhou muitos festivais pelo RS afora, conquistas de 1° e 2° lugares fazem parte do currículo do jovem alegretense.

“Sempre fui muito incentivado em casa, apaixonado por essa arte que me proporciona uma alegria imensurável”, destaca Maurício, que não tem condições de manter estudos relacionados à declamação. Ele argumenta que estudos só fora da cidade.

“Minhas conquistas vêm do meu talento, e de alguns estudos caseiros e minha força de vontade é movida por essa paixão”, declara o artista que bateu um papo com a reportagem do Portal Alegrete Tudo.

Confira os principais trechos da entrevista:

Portal: Tu iniciaste cedo no nativismo, Incentivado por teus pais. Mas de onde vem esse dom artístico ?

Desde quando fui apresentado à declamação pelos meus pais, logo me encantei. Acredito que o dom seja um presente divino. Embora já presente na genética por parte da minha mãe que desde pequena já declamava também.

Portal: Com apenas 16 anos, já participou de vários concursos. Já esteve em várias cidades do RS. Qual o resumo até o momento ?

Sim. Iniciei na Reculuta, várias Campereadas, rodeios a nível regional, estadual e inter-estadual. São tantas cidades que perdi a conta. Até hoje tenho 22 premiações importantes de campeão e vice.

 

Portal: Se tivesse que relembrar em estilo #tbt, qual foi a tua primeira conquista em festivais ?

Ah, sem dúvida foi no 8° Reponte Cultural Estudantil de Alegrete, há 12 anos (aos 4 anos de idade)

Portal: Como é o movimento em Alegrete. Qual teu conceito sobre a mobilização dos declamadores na cidade ?

A cidade tem grandes declamadores, com premiações em festivais de excelência. Mas peca em estimular jovens a começar na declamação, pois não contamos com uma academia ou escola voltada para essa arte.

Portal: Não poderia deixar de te perguntar. Em época de isolamento social como é tua rotina ?

Em um momento tão delicado como esse, em que precisamos ficar em casa, aproveito para dar uma boa ensaiada e me aprofundar na pesquisa por novas poesias. Em meio às aulas a distância e ao convívio familiar, que devido ao isolamento social ficou mais intenso.

Portal: Tu é filiado em algum CTG, como é tua participação no movimento artístico em Alegrete?

Sou filiado ao Grupo Nativista Ibirapuitã (GNI). O que eu mais procuro fazer dentro do movimento artístico é passar ensinamentos aos mais novos, pois assim temos a garantia que a nossa cultura gaúcha será levada por mais alguns anos.

Portal: Além da declamação, qual outra aptidão tu tens da cultura gaúcha ?

Outra arte que me encanta desde pequeno na cultura gaúcha é a dança. Desde os 7 anos eu danço e atualmente faço parte das invernada juvenil e adulta do GNI.

Portal: Já que atravessamos um momento de reflexão. No atual cenário que a cidade atravessa se prevenindo do coronavírus, quais seriam os versos do declamador Maurício para a comunidade ?

“Em duros e tristes tempos de pandemia, precisamos encontrar na paz do nosso rancho acolhimento para ansiedade das nossas almas que clamam por ter de volta sua lida rotineira.

Rogando a proteção do nosso Patrão Celestial, e com a certeza de que logo estaremos todos juntos pelos galpões da vida e compartilhando um dos mais belos símbolos da nossa cultura… Um bom Chimarrão.

Até breve meus amigos”.

Júlio Cesar Santos                                                  Fotos: acervo pessoal