A 36ª edição da Rústica do Trabalhador, excepcionalmente, não acontece neste 1º de Maio

Uma das tradicionais provas rústicas da Metade Sul do RS, não será realizada neste 1º de Maio. A Rústica do Trabalhador de Alegrete, teve sua 36ª edição cancelada em virtude da pandemia do novo coronavírus.

Com Decreto que suspende eventos culturais e esportivos, a realização da corrida que anualmente reúne mais de 80 atletas foi vetada. No momento que o esporte está parado no mundo inteiro, o evento é interrompido excepcionalmente em 2020.

Entre os maiores vencedores das 35 edições estão os alegretenses Pedro Benites Monteiro e Rodrigo dos Santos Azevedos. Monteiro já aposentado, recebeu uma homenagem de maior vencedor da prova com (12 vitórias), já Azevedo, ostenta 11 vitórias, com a última façanha em 2015, quando cruzou a linha de chegada em absoluto.

No feminino, vários nomes de atletas fora da cidade já venceram a prova. Um dos destaques locais é atleta Maria da Glória. Um dos pioneiros na realização da prova é o professor Elci Pavani, diretor de esportes na gestão do prefeito José Rubens Pillar, em 1985 deu largada na prova que tinha saída e chegada em frente a Rádio Alegrete.

“Era uma prova cobiçada na Fronteira Oeste. Recebíamos aqui os melhores fundistas da região”, relembra com orgulho Pavani, um dos pioneiros na execução do evento. De lá para cá, o evento ganhou forças a cada governo que investiu e manteve a realização da rústica.

Sempre com forte adesão local, a prova recebe atletas de várias partes do RS. Em 1993, o então prefeito da época criou a Lei 2.428/93 de 13 de outubro incluindo o evento no calendário do município, que contou com a prova ano a ano. O objetivo da rústica é homenagear os trabalhadores no seu dia e ao longo dessas edições o Sesc em parceria com a prefeitura foi parceiro do evento.

O atual diretor de esportes Roger Severo, lamenta a não realização da prova, mas analiza o momento. “Estamos passando por uma pandemia. O importante agora é resguardar a saúde da comunidade, para que lá adiante possamos voltar com nossas atividades”, destacou Severo.

Nos últimos anos a prova contou com boas participações. Atletas uruguaios, argentinos e brasileiros disputaram passada a passada o percurso de 7,5 km, com largada e chegada na frente do Palácio Rui Ramos. Com percursos diferentes nesta última década, a Rústica do Trabalhador tem o tradicional contorno na Praça Getúlio Vargas, a descida da Mariz e Barros e a travessia árdua da Eurípedes.

Em algumas edições a prova subiu a Walt Disney, em outras a Barros Cassal. Já em outros anos a prova passou pela Dr. Lauro, Castro Alves, Alexandre Lisboa com a temível subida da Barão do Amazonas.

Neste 1º de Maio, os atletas não terão a oportunidade de marcarem mais um capítulo da história de uma das maiores provas de pedestrianismo do interior do RS.

Júlio Cesar Santos                                                 Fotos: arquivo Elci Pavani Alegrete-Correr