A atitude da moradora Marianinha é um exemplo a ser seguido

” O habitar não é simplesmente o que habitamos, mas também, aquilo que nos habita” (BREVIGLIERI, 2006). Habitar traduz, assim, a maneira do indivíduo colocar-se no mundo e de participar dele também como um ato de exposição e de engajamento.

Quem ama cuida. A frase também resume o sentimento da alegretense Marianinha Pizzutti Correia que decidiu adotar uma das laterais do Cemitério Municipal de Alegrete. O espaço público que outrora era depósito de lixo foi transformado em um lindo jardim. O local que acumulava   entulhos, garrafas, vidros quebrados e sacolas plásticas, hoje é um colírio aos olhos de quem passa na rua Maximino Marinho. Folhagens e flores mudaram completamente a paisagem. A dedicação da alegretense Marianinha que reside há décadas nas imediações do local é de surpreender, além de servir como inspiração.

 

Ela pontua que o início da pandemia foi um impulso a mais para que ela colocasse o desejo de transformar a lateral do muro. Marianinha acorda muito cedo, por volta das 6h20min já está plantando, colocando água,  adubando e limpando. Ela comenta que em março de 2020 foi necessário pagar uma pessoa para limpar com uma roçadeira o espaço. Na sequência, ela não faz ideia, mas ressalta que foram muitos sacos de lixos retirados e finalmente iniciou a plantação de girassóis  e posteriormente, onze-horas entre outras. O local adotado é a lateral do cemitério, o muro que fica na rua Maximino Marinho. Um ponto que enalteceu o desprendimento, altruísmo e a dedicação da moradora foi ver a sujeira tomar conta e cada vez a situação ficar pior sem que nada fosse feito. “Eu sempre tive o hábito de limpar a frente da minha casa. Muitas pessoas até questionavam o motivo de eu não pagar alguém pra cortar a grama ou fazer o trabalho. Mas se eu posso! Não vejo problema em manter limpo e ter esse cuidado que acredito ser o mínimo para fazer a minha parte como cidadã, dona da residência, consciente em relação ao meio ambiente e por fim, saber que não é apenas pra mim, o que faço é para toda comunidade.  A frente da minha casa está limpa e o espaço, no muro do cemitério, virou um lindo jardim e nunca mais foi palco dos entulhos, lixos e descartes irregulares”- completou.

 

A iniciativa de Marianinha inspirou outras moradoras que estão cuidando de um outro espaço e dando sequência ao trabalho realizado pela alegretense. Ela destaca que uma carga de terra, adubo e uma pintura no muro seriam bem vindos.  Aliás, é uma necessidade que ela enfrenta para deixar o local ainda mais belo e atrativo. São muitos artistas da cidade que poderiam pintar aquela parte do muro e isso iria evidenciar ainda mais a beleza dos girassóis e demais flores. Assim como, a necessidade de terra e adubo, pois tudo que consegue ela coloca no local,  mas ainda não foi o suficiente. Mesmo assim,  o resultado já é fascinante.Atitudes nobres que inspiram.

 

Flaviane Antolini Favero