“A despedida foi em orações”, diz esposa de vítima da Covid em Alegrete

No final da manhã de segunda-feira (15), morreu na Santa Casa de Alegrete, o funcionário público, Antônio Flávio Bruck Haigert, aos 66 anos. Vítima do novo coronavírus, Antônio era um pai, esposo e trabalhador exemplar. Nas redes sociais, a família recebeu muitas mensagens de carinho e conforto.

Na noite de ontem, mesmo diante da dor da perda do companheiro, Marivone Haigert, aceitou falar com a reportagem.

Ela cita que é um momento difícil e triste por não poder acompanhar, a pessoa que estava há mais de 30 anos ao seu lado. Sem vê-lo nós últimos dias, sem ter como se despedir, assim foi a despedida que ficou em orações. Ambos foram confirmados com a Covid-19, na última semana. Marivone mantém o isolamento domiciliar. Mas o funcionário público, que estava afastado há mais de dois anos em razão de uma leucemia, que soube no ano de 2015 e fazia tratamento em Santa Maria. No último dia 15 de maio, Antônio sofreu um infarto e foi transferido para a cidade vizinha e realizou um cateterismo.

Ao retornar para Alegrete, há 12 dias, passou a sentir muita dificuldade para respirar e foi internado na Santa Casa, ala Covid-19. Depois de 10 dias não resistiu às complicações e morreu no final da manhã

“O que me dá força são minhas orações, o coronavírus levou ele mas, o amor, carinho que tínhamos, permanecerá sempre. Agora eu vou continuar lutando contra esse mal e seguir em frente. Seguir minha missão que é evangelizar, levar a palavra para às pessoas. Fazer tudo aquilo que agradava a ele, juntamente com meus três filhos, genros, noras e netos”- desabafou. Nós últimos seis anos, o casal trabalhou junto como coordenadores da Capela Santo Expedito. ” Neste período, cuidamos da Casa de Deus’ – falou.

Natural de São Francisco de Assis, onde foi sepultado, Antônio era casado há 36 anos com Marivone e, trabalhou durante 28 anos na Prefeitura Municipal de Alegrete. Ele era responsável pela carpintaria, no Parque de Máquinas.

Da relação, nasceram os três filhos. O casal tem quatro netos. Um outro detalhe, que Marivone destacou foi que não pode afirmar onde o vírus foi contraído, se em Alegrete ou Santa Maria.

Muito emocionada, Marivone encerra pedindo para que às famílias permaneçam em suas casas e façam de seus lares uma Igreja doméstica para vencer esse mal.”  Precisamos ficar focados, às coisas de Deus e não a esse mal que está nos tirando a paz” – concluiu.

Centenas de mensagens foram postadas descrevendo a pessoa maravilhosa que Antônio sempre foi. Para os filhos e netos um orgulho.

Antônio foi a segunda vítima do novo coronavírus no Município.

Flaviane Antolini Favero