A dor da família que no mesmo dia perdeu pai e mãe para a Covid

A dor pode deixar muitas pessoas impotentes. No entanto, honrar a vida de um ente querido pode começar a diminuir a agonia de sua morte, pois dá a oportunidade de se concentrar nas coisas boas que ele compartilhou com quem amava e com o mundo. Assim, celebrar a vida por meio de uma homenagem póstuma pode ser um passo no processo de luto.

 

Muitas das homenagens que o PAT realiza, marcam também, aquele momento de eternizar um pouco da trajetória da pessoa amada. Neste post, a situação é ainda mais marcante, pois a despedida foi de um casal que infelizmente perdeu a batalha para Covid-19 e faleceu no mesmo dia, na Santa Casa de Alegrete.

A reportagem falou com um dos filhos, Staner Goulart. Ele descreveu um pouco da história de vida dos pais. Com muito orgulho do legado de amor, companheirismo e integridade que ambos deixaram.

 

Staner é filho de Carlos Renato Pereira Goulart, mais conhecido como Renatinho e Marlene Terezinha Santos Dornelles, os dois estavam com 63 anos e faleceram no último dia 10.

O casal recebeu muitas homenagens e a família inúmeras mensagens de carinho. Renatinho, era muito conhecido pela sua trajetória na música gaúcha. Desde muito jovem, ele tocava em bailes. Em sua trajetória, foi baixista do Adair de Freitas,  Gaúcho da Fronteira, Berenice Azambuja, entre vários outros grupos que deixou sua marca.

 

Depois de um tempo, “montou”  seu grupo musical chamado Os Vaqueanos, e emplacou o sucesso Expresso Polvadeira.  Acompanhando, desde muito cedo o trabalho do pai, Staner Goulart, também seguiu seus passos e, muito cedo, despontou na carreira e passou a trabalhar ao lado do pai no grupo Os Vaqueanos ( o tio, irmão de Renatinho, Edson Goulart que, da mesma forma, fazia parte do grupo).

Com 2 CDs gravados, Renatinho, sempre conciliou a música com o trabalho de pedreiro, onde também conquistou muitos clientes e amigos os quais sentiram muito com seu falecimento. “Com uma humildade muito grande nunca almejou um grande sucesso, somente zelava como ninguém por sua família, sempre disposto a ajudar no que fosse necessário.”- disse Staner.

O músico igualmente se emocionou ao falar da mãe, Marlene Terezinha Santos Dornelles. Ele a descreve como uma mulher que sempre trabalhou até não ter mais condições por problemas físicos. “Minha mãe conheceu meu pai em um baile nos Lanceiros de Canabarro”- lembrou.

“Ela era uma mulher com uma força descomunal, sempre ao lado dele apoiando em cada decisão que tomava. Minha mãe trabalhava como doméstica” – comenta.

Para finalizar a homenagem, Staner ressalta que os pais eram um casal muito amoroso com filhos e netos, sempre dispostos a dar a vida por eles. Os dois faleceram juntos no dia 10 de abril de 2021, deixando 2 filhos e 2 netos – conclui.

 

Flaviane Antolini Favero