A mulher com unhas vermelhas e fones de ouvido que se destaca como peoa em Alegrete

Unhas vermelhas, imagem impecável e cabelos cuidados não impedem que Lucélia Corrêa, a Lu, salte no lombo do cavalo e realize todas as atividades de uma peoa campeira, serviço dominado pelos homens aqui em Alegrete.

Lu trabalha na Fazenda Charrua do Jacaraí de peoa desde julho de 2016. Uma rotina da lida que começa cedo e exige destreza na rédea do cavalo, força e conhecimento para quem cuida dos animais.  Diz que nada é difícil para esta mulher de 37 anos, mãe da Daphini de 17 e Vitório de 12 anos e que não seja feita com motivação e boa vontade.

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Com carteira assinada, com todos meus direitos reconhecidos e muito bem remunerada ela elogia o patrão Marcos Godoy, como respeitoso, atencioso, “uma pessoa muito correta, que valoriza meu serviço desde do primeiro dia”.


-Eu  lido em tudo, com gado para ver se não tem carrapato, se não estão machucados,cuidar as datas de lida pra ter um controle para dar vermífugo e banhar sem deixar o carrapato pegar resistência e deixar o campo infestado. E,  na época de produção, é mais cuidados ainda, pois tem que ficar atenta às vacas dando cria, pois podem se trancar, tem que ter mais atenção com os bezerrinhos,diz Lu.

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-Eu costumo dizer que são como filho, pois tem que cuidar do umbigo para não deixar abichar e se estão mamando bem até crescerem. Esta rotina de trabalho no campo é feita ao lado do marido Fabiano Pereira e dos filhos que diz serem as melhores páginas de sua vida.

Quem conhece a lida de campo, diz a determinada trabalhadora rural, sabe que o serviço é constante, porque animais têm que ser atendidos. E, além do gado, tem a lida com as ovelhas que também exige muito trabalho.Mas nada disso impede que sua vaidade seja preservada.

-Meu lado feminino é ate engraçado,porque quando falo o que eu faço ninguém acredita diz, rindo. -Sou vaidosa e cada vez que venho a Alegrete vou a manicure, cuido do visual.

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E depois do trabalho ela troca as bombachas e botas pela roupa esporte e faz a caminhada no campo para manter a forma.

E sua dedicação é completa. Também faz comida e se precisar ir para cerca ajuda a alambrar, está pronta, porque sabe que um trabalho em família tem muito mais valor.

Mesmo com toda a prática ela já caiu do cavalo atrás de uma vaca e se machucou bastante. Esteve internada, se recuperou, e voltou ainda mais animada ao trabalho.

O sonho da morena que vai da rédea do cavalo ao esfregão, como costumam dizer em Alegrete, tem o sonho de cursar Medicina Veterinária, porque diz gostar muitos dos animais a quem tem intimidade desde criança onde foi criada com os pais, na Região do interior de Alegrete, denominada Conceição.

 

Vera Soares Pedroso

Fotos: arquivo pessoal