A saga da jovem que não rejeitava trabalho para se tornar pedagoga

Fazer uma faculdade, ter uma profissão nem sempre é uma tarefa fácil. Mas em muitos desafios que algumas pessoas enfrentam ao longo da vida, as conquistas têm ainda valores mais surpreendentes. Em mais um episódio em que vamos relatar uma conquista que tem um significado muito relevante para a alegretense Juliana Rodrigues Martins de 29 anos, também, é uma grande inspiração para vários jovens ou não que muitas vezes passam por alguma barreira  e pensam em desistir.

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Juliana que, hoje é merendeira através de um contrato na Escola Estadual Lauro Dornelles, também é pedagoga e está fazendo pós graduação de orientação e supervisão. A história da alegretense é semelhante a de muitos outros, mas quem sabe com o grande diferencial, ela não desistiu e continua na busca incessante pelo seu objetivo, que agora é de um concurso.

 

Para compreender um pouco mais, é preciso explanar um pouco algumas etapas. Juliana começou a trabalhar muito cedo, de origem humilde, precisou arremangar às mangas e ir à luta. Ela nunca teve escolhas ou buscou escolher onde e como trabalhar, toda a forma de labuta que fosse de forma digna, lá estava ela. Sempre com muita determinação e foco. De serviços gerais, cuidadora de idosos, faxineira, garçonete  e vendedora autônoma, todos os ramos foram um alicerce para chegar em seu objetivo que era se formar e aprender.

Juliana disse que sempre foi uma honra todas as experiências e aprendizados, de tudo uma lição e a gratidão. Ela ressalta que começou o ano acadêmico em uma faculdade Federal(Unipampa), mas logo percebeu que não era o seu perfil. Não conseguiu acompanhar às cadeiras pois percebeu que a escolha estava equivocada e não iria ter o sucesso esperado.

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Neste período, ela fazia faxinas e trabalhava como cuidadora de idosas, quando uma amiga(Denise Machado), a incentivou a fazer pedagogia. No primeiro momento, lembra que ficou com um pouco de dúvidas , mas realizou o Enem em 2013 e, conseguiu uma vaga no UERGS. “Lembro que para minha surpresa consegui uma vaga numa faculdade renomada Estadual, Uergs Alegrete,  onde fui muito bem recebida por toda equipe. Parecia outro mundo, pessoas, seres humanos, que me ajudavam, me davam faxinas e roupas. Não tenho vergonha de dizer, fui muito feliz nesses cinco anos de conhecimento. Além de conhecer vários lugares com a Bolsa do Pibid Alegrete Uergs  e fazer nossas amizades” – descreveu.

Juliana completa lembrando que não tinha dinheiro para passagens e sempre fazia todos os trajetos e deslocamentos a pé. Em muitos dias, enfrentou tormentas, frio e outras situações, mesmo assim, nunca pensou em desistir. Durante todo período da faculdade ela aliava os estudos ao trabalho como cuidadora de idosos e faxineira. Até que ficou complicado devido aos estágios e conseguiu uma vaga na Escola Guto Pereira, onde ficou por dois anos e realizou o seu estágio. Para completar a renda, ela fazia pastéis para venda e continuava a fazer os trajetos a pé, para economizar a passagem ou até mesmo pelo motivo de não ter o valor.

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Agora, formada há dois anos, fazendo a pós, já pensa no mestrado e, em um concurso para exercer a profissão. “Há mais de dois anos tinha feito uma inscrição para atuar como merendeira e, para minha surpresa, ao encerrar a faculdade fui chamada pela 10ª CRE e consegui a vaga. “Trabalho numa escola (Lauro Dornelles), onde fui muito bem acolhida, sei que, com Deus podemos ir além. Os desafios existem mas não podemos olhar apenas para as dificuldades, pois me sinto muito bem com o meu trabalho” – completou.

A pedagoga segue fazendo uma avaliação e, mais uma vez ressalta que depois de dois anos de formada e realizando a pós, dá até medo de olhar para trás. Mas ela sabe que Deus está no controle de tudo e, às vezes, também tem os receios para seguir em frente, pois ainda há o mestrado que também é um objetivo. Entretanto, avalia que no momento deve segurar a ansiedade e tentar focar em uma coisa de cada vez.

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O relato de Juliana surgiu em um momento em que ela está muito feliz ao saber que uma amiga também venceu e, hoje está fazendo medicina fora do Pais.” Tenho muito caminho pela frente mas acredito que muitos desafios já foram vencidos, que o propósito está cada dia mais perto e minha fé e garra não vão me deixar desistir. No final ela cita que tudo é no tempo de Deus e agradece o apoio da família, dos amigos e todas as pessoas que foram anjos em sua caminhada até aqui. “Eu sei que eu sou capaz, tudo que conquistei foi por merecimento, pelo esforço e para dedicação. Então, jamais desistam dos seus objetivos. É preciso acreditar sempre que tudo é possível e as dificuldades apenas nos fortalecem”- pontuou.

Flaviane Antolini Favero