Dos 17 postos situados em rodovias gaúchas que foram desativados com o fim das concessões, apenas cinco permanecerão de pé. As demolições devem começar nesta semana
Mal (ou nada) iluminadas, com vegetação mais alta que as cancelas, fiação exposta, janelas e mesas quebradas e portas arrombadas. Assim está a maioria das praças de pedágio que foram desativadas após o fim das concessões do governo gaúcho, representando perigo aos motoristas. Fora a má conservação, o alargamento da pista, que antes servia para cobrança e exigia redução de velocidade, passou a servir como ponto de ultrapassagens. Praticamente uma terra sem lei, pois a sinalização é pífia, não há segurança nem fiscalização.
O desfecho para o problema começa a se encaminhar. Levantamento feito por ZH revela que 70,5% delas deverão ser demolidas. Nas demais, as baias de cobrança devem permanecer no meio da pista e os prédios que eram usados pelas antigas concessionárias serão ocupados pela polícia rodoviária, prefeitura ou Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
Embora a burocrática troca de comandos tenha sido concluída somente em março, as primeiras cancelas começaram a ser levantadas em junho do ano passado, processo que se estendeu até dezembro. Desde então, 14 praças foram assumidas pela EGR, três pelo Daer e outras 16 pelo Dnit.
Desse total de 33 praças, mais da metade, 17, foram efetivamente desativadas, 16 em rodovias federais e uma em via estadual, e não há mais cobrança de pedágio. Entre elas, cinco têm definidas novas ocupações e o restante deve ser demolido.
Entre aquelas que serão extintas, duas estão na rota de duplicação da BR-290 e ficam em Eldorado do Sul e Pantano Grande, por isso não poderiam ser reocupadas. O restante deve ser demolido pelas empresas que venceram as licitações para recuperar e manter as rodovias federais gaúchas.
Segundo o Dnit, o trabalho, que inclui, ainda, instalação de divisores físicos e sinalização provisória na pista para demarcar os locais onde se localizam as praças de pedágios, deve iniciar nesta semana. A data exata de cada demolição não está definida e depende de combinação das empresas com o Dnit.
O destino das praças que não serão demolidas
A única praça em via estadual fica em Farroupilha, na ERS-122, e é uma das poucas que já foram ocupadas após o fim das concessões. Desde a semana passada, o prédio, antes usado pela Convias, agora é a sede do Grupo Rodoviário (GRv) de Farroupilha — a transferência levou seis meses para ser concluída por problemas burocráticos, como a instalação da linha telefônica, o 198. Não há previsão para retirada das cabines de cobrança do meio da pista.
Entre as 16 praças localizadas em rodovias federais, duas foram assumidas pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). Desde janeiro, as estruturas que eram da Conviplan em Carazinho, na BR-285, e em Soledade, na BR-386, estão ocupadas por policiais. Ainda assim, os prédios não receberam melhorais e as cabines do pedágio permanecem na rodovia.
— Não houve necessidade de obras e as baias estão ajudando no trabalho de fiscalização, pois obrigam os motoristas a reduzirem a velocidade — justifica o chefe da Comunicação Social da PRF, Alessandro Castro.
Já a praça localizada na zona urbana de Caxias do Sul, na BR-116, é a única que passou para as mãos de uma prefeitura. O conjunto de prédios, que passa por reformas, deverá ser usado para, pelo menos, dois fins: um ponto de informações turísticas e como sede da Associação de Moradores do Bairro Vila Cristina.
Fonte: Zero Hora