“Achei que não fosse sobreviver”, revela uma sobrevivente da Covid ao completar 55 anos

A comemoração de um aniversário sempre é uma data especial. Independente da idade, conquistar mais uma primavera, ter a dádiva de agregar mais um ano de experiências e conhecimentos torna as pessoas mais sábias e gratas.

Uma das grandes bênçãos da vida é a experiência que os anos vividos concedem. Isso, sem dúvida, são alguns dos benefícios. Mas, quando a pessoa passa por uma situação de muitas provações, o dia tem um “sabor” muito mais especial.

Nesta semana, no dia 3 de fevereiro, a alegretense Angela Dorneles, fez um relato emocionante pós Covid. Ela disse que a sensação era de que não iria sobreviver, o vírus a infectou, bem como, o esposo. Mas a alegretense que completou 55 anos, passou por períodos críticos e teve que buscar auxílio com cardiologista, devido às complicações.  Neste período, de caos na rede saúde, onde Alegrete chega ao colapso,  o relato da alegretense é para, mais uma vez,  demonstrar que a situação é muito grave.

Angela aceitou falar com a reportagem e ponderou que apenas quem passa pelo vírus tem a real dimensão do quanto é sério e desesperador alguns sintomas. ” Eu, por várias vezes, pensei que fosse morrer” – comentou.

A alegretense, falou que a postagem em seu perfil onde fez um desabafo e uma reflexão do momento e comemorou a alegria de estar com saúde aos 55 anos, idade que por vezes teve como certa de não chegar,  foi um alerta a todos.

 

“Eu sempre fui uma pessoa neurótica e continuo sendo. Meu marido chegava do mercado era tudo higienizado. Eu não saia de casa, somente em casos extremos, sempre usei máscara e álcool em gel.  Então,  não sei como fomos infectados, talvez no elevador” – acrescenta.

Casada há 19 anos, o esposo está com 39 anos. Angela pontua que ele também passou por períodos bem difíceis da covid.

Angela acrescentou: eu não dormia mais, até mudei de quarto. Meu marido orando por mim nas piores noites. Não fiquei hospitalizada, Graças a Deus, mas fui parar no cardiologista. Tive que tomar remédios para ansiedade. Lembro o dia que fui no gripário, onde fui super bem atendida e a avaliação foi de que meus pulmões não  tinham sido comprometidos. Entretanto, a ansiedade, o mal estar e a dor no corpo eram terríveis.  Além de ter ficado sem olfato e sem paladar. Num desanimo total, só tinha vontade de ficar prostrada” recordou.

Angela disse que foram mais de duas semanas, com dor nos olhos, era tão intensa que ela diz que tinha vontade de arrancar os olhos. Assim como, a sensação de impotência total.

” Realmente, tu tens a sensação que não terá fim. Eu não conseguia dormir e tudo começou, leve, com uma dor de garganta e fui piorando,  cada vez mais sintomas.  Foi aí que entendi que não era uma gripe , rinite ou sinusite.Era algo muito pior. Tomei todos os  medicamentos contra Covid-19 e para ansiedade. Mas a diferença está na fé,  pois foi muita oração.
Até agora o meu olfato não esta totalmente normal, eu tinha um perfume,  Lilly do Boticário, o pouco do olfato que tenho a sensação é de uma fragrância podre.
E, tu passas, como no meu caso que Graças a Deus fiquei em casa, sozinha, pois não podes contagiar os outros.
A mensagem que eu deixo é que as pessoas se cuidem, não é brincadeira, não é uma gripezinha.
Não é só tu, temos que ter amor e empatia, pois podemos infectar muitas outras pessoas. Cumpra as medidas preventivas. Não é momento de aglomerações. Temos que pensar em nós e cuidar de quem amamos. E muita fé e oração, não existe mal que não acabe – finalizou.

Flaviane Antolini Favero