Alegrete: buzinaços e ronco dos motores marcam protesto contra proposta de cobrança de IPVA de carros antigos

Neste domingo, 30, uma manifestação, em Alegrete, marcou a posição contrária à proposta do governo do Estado de cobrar o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) de carros fabricados há mais de 20 anos. Atualmente, modelos produzidos antes do ano 2000 são isentos. O fim desta isenção é parte da proposta de reforma tributária.

Uma carreata saiu do Restaurante Prodócimo, por volta das 17h, e percorreu às principais ruas da cidade. Com buzinaço e o ronco dos motores, proprietários de carros antigos e integrantes da Confraria do Carro Antigo, Clube do Chevette Alegrete e Baguais do Barro, protestaram contra a proposta encaminhada à Assembléia Legislativa. Toda a ação foi realizada com os cuidados e às medidas de prevenção ao novo coronavírus. Mesmo na concentração, o cuidado de não ter aglomerações, os condutores ficaram em seus carros e formaram a fila.

A mobilização, reuniu em torno de 40 veículos e foi concebida em função da previsão de aumento de alíquotas de ICMS e IPVA, além do fim de isenções. De acordo com Paulo Sérgio Zucchetto Camargo, vice-presidente da Confraria, a manifestação foi organizada por ele e Cassio Elias.

 

“Estamos juntos para evitar a perda que está prestes a acontecer. Não vamos aceitar, é um direito adquirido do contribuinte e que pode ser retirado”- disse Paulo.

A manifestação, segundo informações, também ocorreu em outros municípios. No dia em que estas ações ocorrem, o governo estadual divulgou nota em que afirma que quase metade da frota do Estado não contribui com o imposto.

Pela proposta do governo, seriam isentos de imposto apenas os veículos fabricados há mais de 40 anos. Além disso, a alíquota do IPVA para carros e caminhonetes seria elevada, de 3% para 3,5%. Por outro lado, o valor mínimo do IPVA, atualmente em quatro Unidades Padrão Fiscal (UPF), seria reduzido para uma UPF (atualmente, R$ 20,30).

 

O IPVA é um tributo cuja arrecadação é dividida em 50% com o município no qual o veículo é emplacado. Por isso, o governo argumenta que o aumento na arrecadação beneficia também as prefeituras. A mudança alteraria o cenário no Estado, passando a ser 75% da frota pagante e 25% isenta.

Outros pontos da reforma tributária relacionados ao IPVA são: locadoras de veículos teriam de oferecer somente carros emplacados no Estado; compras de veículos usados em leilões também seriam tributadas; e o programa Bom Motorista, que dá descontos para quem não comete infrações de trânsito, seria reduzido, dos atuais 15% para até 5% de redução no imposto.

 

Foto e vídeo: Paulo Sérgio Zucchetto Camargo