E a cidade chorou. Em todos os lugares houve comoção. Nas redes sociais testemunhos emocionados e muita consternação dos profissionais da área da saúde, dos funcionários e colegas da Santa Casa, UPA e Samu.
Em todos os espaço um pouco do imenso carinho, respeito, admiração e amor que deixa como legado. Assim, Sebastião Leão Fialho Guedes se “despediu” do hospital que por duas décadas também foi sua casa. Aos 60 anos, depois de quase 30 dias internado na Santa Casa, destes, uma parte na UTI Covid-19, o fisioterapeuta perdeu a batalha contra o vírus, mas foi inundado de luz e orações.
A família foi acolhida em meio a incontáveis declarações de afeto e homenagens. A Santa Casa, a UPA, os colegas, os amigos, familiares, pacientes e demais pessoas que tiveram o privilégio de conviver com o Sebastião, choraram.
O cortejo que o acompanhou até o Cemitério Municipal, foi uma pequena amostra do quanto ele fez diferença para cada um que ali estava, pela balinha que entregou em algum momento, pelo sorriso cativante ou pela energia, sempre vibrante e muito especial que contagiava o ambiente onde estava. O amante da música, da cultura, das viagens, da esposa Tanira Berquó e de tantas outras paixões, foi aplaudido ao deixar o hospital na van da Funerária Angelus. Por todos os lados, a multidão que ali estava dentro de seus veículos aguardando para o cortejo, os profissionais que saíram na sacada da Santa Casa para dizer: vá com Deus e cuide de todos. Todos choraram sua partida, que, por mais difícil que fosse a luta, queriam você aqui.
Formado pela Universidade Federal de Santa Maria no início dos anos 80, o fisioterapeuta trabalhou na APAE, manteve clínica particular por 20 anos e há 20 anos era funcionário da Santa Casa.
As redes sociais ficaram pequenas para a inundação de homenagens, cada um querendo descrever um pouco do que o fisioterapeuta representou em sua trajetória e todas as mensagens são únicas e singulares. O descrevem com o olhar terno e com a vitalidade que sempre demonstrou. Seba, Sebastião, Bastião, seja qual fosse a forma carinhosa que era chamado, fazia jus a tudo que também levou com ele, pois toda a energia e esse amor irão confortá-lo, bem como a esposa, cunhados, sobrinhos, sogros e toda legião de admiradores de sua trajetória, de seu respeito e da sua incrível capacidade de ser luz.
Cristina Aurélio sintetizou bem: intraduzível, indizível,inaceitável…somos dor. Em muitas postagens, uma palavra o definiu muito bem- um gentleman. Assim como os colegas, todos que a reportagem conversou destacaram que, em meio ao plantão agitado, as dificuldades que surgiam, até mesmo os problemas de cada um que poderiam deixar a vida um pouco menos doce, lá surgia o fisioterapeuta com seu largo sorriso: “uma Balinha pra adoçar a vida”. Assim, ele adoçou a vida de muitos colegas ao longo da sua existência.
O fisioterapeuta Sebastião Leão Fialho Guedes foi a oitava morte em decorrência do agravamento de problemas respiratórios causados pela Covid-19 e o primeiro profissional da área da saúde.
Casado há 26 anos com Tanira Berquó, tinha juntamente com a esposa uma intensa atuação nos movimentos políticos de esquerda e nos segmentos artístico-culturais. Gremista, se perdia no mundo da música, onde também cantava e encantava, gostava de teatro, cinema, de uma boa literatura e suas viagens.
Deixa, além da esposa, as irmãs Margareth e Eliana, as sobrinhas Carolina, Camila, Manoela e o sobrinho Vinícius, e os sobrinhos netos Júlia, Felipe, Otávio, Inácio e Martin. Assim como, os sogros João Rios e Lenira Berquó, e os cunhados, vereador Paulo Berquó, Paulo André e Paulo Amaro.
Além de todas as homenagens, as equipes da fisioterapia do Município, do Samu, da Santa Casa e a Prefeitura de Alegrete também realizaram postagens de pesar pelo falecimento do fisioterapeuta que deixou um legado de amor ao próximo e à profissão. O óbito ocorreu no início da tarde e o sepultamento foi através da Funerária Angelus, conforme protocolo da OMS, às 14h40min de domingo(19).
Flaviane Antolini Favero
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