
Atualmente, quatro agressores estão usando tornozeleira eletrônica no município em razão de cometerem violência doméstica. O projeto implantado no ano passado, é uma iniciativa do Comitê Interinstitucional de Enfrentamento à Violência contra a Mulher – EmFrente, Mulher, sob a coordenação do RS Seguro, com objetivo de desenvolver uma estratégia pública padronizada para aperfeiçoar a rede de monitoramento de casos de violência doméstica no Estado.
A iniciativa ainda agrega ao sistema de Justiça uma solução tecnológica que possibilita duplo monitoramento, tanto do agressor (tornozeleira eletrônica) como da vítima (telefone celular), contemplando o uso e cruzamento de tecnologias já existentes.

De acordo com dados dos indicadores de violência doméstica – Lei Maria da Penha, divulgados mensalmente pela Secretaria de Segurança, Alegrete registrou um caso de feminicídio tentado no ano passado. 182 mulheres sofreram algum tipo de ameaça e 125 apresentaram algum tipo de lesão corporal. Conforme a polícia, foram 7 casos de estupro. Num comparativo com 2023, a violência diminui. Entre ameaças e lesões corporais, o ano de 2023 contabilizou 350 registros policiais. Foram dois feminicídios no município e seis tentativas.
Daniela Haerter que coordena serviços no CRAS, o trabalho segue de atendimento aos homens infratores designados pelo judiciário e também o acompanhamento de crianças e adolescentes vítimas ou testemunhas de crime de violência doméstica. Já o CRAM, desde julho de 2023, assiste às mulheres vítimas de violência. “Esse trabalho intersetorial que se complementam no combate a violência doméstica no município”, destaca a profissional.
Para a Coordenadora da rede, Promotora de Justiça Rochelle Jelinek, as questões que circundam a violência doméstica vão muito além da punição criminal do agressor, pois a causa-raiz do problema está na desestruturação familiar, no alcoolismo, dependência emocional e financeira, não ter onde deixar os filhos, entre outras, daí a importância de toda a comunidade saber encaminhar as vítimas para buscar orientação e apoio no CRAM e não na Delegacia de Polícia.