Argentino aventureiro, de bicicleta, percorre o mundo com Téo, seu cão

Pela América com Teo – assim foi denominada a página que o argentino Nico criou para falar de suas aventuras com o cão Teo. O hermano improvisou uma casa, em sua bike, para que seu cão pudesse participar da sua expedição de dois anos.

Uma história de amor e cumplicidade. No final de novembro passou por Alegrete, o argentino Nicolas Bonamico de 29 anos. Ele e seu fiel companheiro Téo, um “salsichinha” de 7 anos. Numa entrevista para o PAT, enquanto aguardava uma carona para chegar mais rápido em casa, para este retorno, Nico está com pressa. Ele disse que deseja matar a saudade da família e logo retornar para outra aventura. Em dois anos de viagem, de bicicleta, com Téo, ele ressalta que foram inúmeras aventuras e desafios. O argentino, disse que a ideia de levar com ele seu fiel escudeiro veio na primeira opção de realizar mais uma aventura, porém, de bike. No início, há cinco anos, ele realizou seu primeiro desbravamento do mundo como mochileiro.

Em 2017, ao retornar para a Argentina, a decisão foi mais desafiadora, percorrer Chile, Uruguai, Recife, Chapada da Diamantina, São Paulo, Rio de Janeiro e o Rio Grande do Sul de bicicleta. Téo foi adotado por Nico, depois de ser abandonado. Ele disse que logo no início teve uma linda sintonia com o “salsichinha”, no momento de sair improvisou uma casinha na bike para que o companheiro pudesse acompanhá-lo. “No início foi difícil, por que tanto pra mim como pra ele era uma situação nova. Teve momentos que eu imaginei que retornar seria uma opção, mas nunca passou pela minha cabeça deixá-lo em algum lugar ou abandoná-lo. Teve dias em que a solidão da estrada, lugares mais desertos, noites mais frias, o cansaço entre outras dificuldades, mas Téo estava ali e percebia tudo. Ele foi um guerreiro e sempre me deu forças para continuar” – disse o argentino.

Nico evidenciou que embora o percurso fosse longo, em alguns lugares, o cão não era aceito, desta forma, mesmo com o cansaço ele não ficava, seguia viagem, mesmo que tivesse que pedalar à noite. Para o custeio da viagem, em muitas cidades, Nico trabalhou como vendedor ambulante, músico, garçom entre outros.

Ele falou que o povo brasileiro é muito solidário. Ele sempre ganhou comida, assim como Téo. “Essa viagem é sempre uma grande oportunidade de conhecer pessoas, costumes e viver experiências. Vivi duas paixões, em curto espaço de tempo, mas ambas muito intensas, uma das mulheres era brasileira e a outra argentina.” comentou.

Questionado sobre medos, Nico disse que sempre tem muitos, mas que isso não o impede de viver. “Minha casa é minha barraca, na primeira viagem, minha família não aceitou muito bem. Principalmente meu pai, ficou um bom tempo sem falar comigo, ele não aceitou que eu tivesse largado meu emprego, minha casa para sair pelo mundo. Mas agora já está mais tranquilo. O mais importante foi trazer Téo comigo, é uma energia sensacional. As pessoas precisam aprender que os animais são especiais, eles sentem as nossas necessidades e nos dão amor e carinho como poucos. Eles fazem nossa vida muito melhor” – concluiu.

Nico estava no posto Texacão, na BR 290. Neste trajeto até Uruguaiana ele iria tentar uma carona. A saudade de casa apertou o peito. Contudo, uma nova aventura já está programada ele quer chegar ao Acre, Colombia e África. Essa viagem deve começar no início do próximo ano, novamente com o Téo.