Essa é uma iniciativa que mobiliza magistrados e servidores em todo o estado, desde 2003, quando foi realizada a primeira audiência crioula em Muçum, na Comarca de Encantado, por iniciativa do Juiz de Direito Osmar Pacheco. O processo escolhido foi o que analisava uma aposentadoria rural e todos – juíz, promotor de justiça e partes -, com vestes típicas, se manifestaram em versos. Desde então, a adesão aos Movimento das Audiências Crioulas cresceu e a ideia foi abraçada em todo o RS, se integrando às programações festivas das comunidades locais.
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Em Alegrete, os festejos farroupilhas já estão acontecendo desde o final de agosto, com uma programação diversificada por mateadas, cavalgadas, desfiles, concursos e encontros de laçadores. Depois da chegada da Chama Crioula na Praça Getúlio Vargas, na sexta-feira, no dia 17/9, às 14h, o Juiz Rafael Echevarria Borba, da Vara Criminal, e o Juiz Felipe Magalhães Bambirra, da 1ª Vara Cível, realizarão as audiências crioulas no CTG Aconchego dos Caranchos.
Diretor do Foro alegretense, Rafael Borba é um veterano nas atividades tradicionalistas. E, neste ano, convidou o colega para fazer sua estreia. Mineiro, o Juiz Felipe Bambirra só tinha assistido a uma audiência crioula, no ano passado, e aceitou o desafio: “Escrevi a sentença em verso, usando o linguajar típico, com a ajuda do pessoal do CTG. Tracei um paralelo histórico entre a luta de Minas Gerais por liberdade, através da Inconfidência Mineira, e a gaúcha, por meio da Revolução Farroupilha. E acho que ficou interessante”, afirma.