Bugios estão cada vez mais invadindo casas próximas ao Ibirapuitã

Visitas inesperadas estão acontecendo com frequência em alguns lares, principalmente na Vila Nova.

O isolamento social está deixando os animais bem mais à vontade para saírem de seus habitats e darem uma voltinha nos centros urbanos. Em várias postagens nos últimos meses, não só em outros municípios, mas como em vários Estados, há reportagens e vídeos na internet de animais silvestres e peçonhentos que estão invadindo outros espaços.

Neles, os bichos aparecem no meio da rua, nos jardins das casas, perto de humanos, dentro das residências. Espécies da fauna silvestre vêm sendo vistas com frequência nas áreas urbanas. Em Alegrete tem ocorrido esses registros de forma mais recorrente, com os bugios.

Na manhã de quinta-feira(1°), um morador, da Vila Nova, fez o relato de um bugio que estava no interior de sua casa e havia passado a noite na sala. Com receio, ele não sabia a quem recorrer, pois estava apreensivo com o animal. O bugio seria um macho adulto de grande porte, deixou a residência por volta das 9h30min, e retornou para às árvores que ficam nas imediações das casa e do Rio Ibirapuitã.

 

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O proprietário da residência invadida e os vizinhos comentaram que na noite de quarta-feira, o registro era de uma família. Além do macho, uma fêmea com um filhote.

Ao saber da situação, a reportagem do PAT, entrou em contato com a PATRAM e foi informada que os policiais estão realizando uma operações em razão da piracema. Já a Secretaria de Meio Ambiente do Município, ressaltou que não há equipamentos corretos para a retirada e manejo do animal, caso ele permanecesse no interior da casa.

Em entrevista com a Bióloga da Secretaria de Meio Ambiente de Alegrete, Mariana Fonseca Costa, ela explica que, no caso de Alegrete, a situação está ocorrendo com mais frequência devido a invasão do ser humano no habitat dos animais silvestres. Ela acrescenta que na região da Vila Nova há muita mata ciliar, a preferida dos bugios devido a riqueza de alimentos. Além dos frutos, eles também, se alimentam de flores, brotos e folhagens.” Este é um dos motivos que as Leis estão cada vez mais severas e proibindo a urbanização em regiões de matas ciliares. Para ter uma ideia, uma sanga de até 10m de largura tem que ter no mínimo 30m de mata chamada também de APP. Com essa aproximação do humano com os animais silvestres, eles se “acostumaram” com a nossa presença. Sem contar que muitas famílias acham bonitinhos os bugios no pátio e passam a alimentá-los. O que não é correto de fazer pois, isso pode oferecer risco para os animal silvestre, principalmente em relação aos cães, vários ataques são registrados. Se o animal receber o alimento, ele vai voltar. Mas esta prática não deve ser realizada” – descreveu.

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Há exemplo do relato da bióloga. No mês passado, o resgate de um outro animal da mesma espécie, porém, fêmea, não teve um final feliz. Uma bugia que invadiu uma casa, também, na Vila Nova, foi resgatada pelos Bombeiros e três veterinários devido aos ferimentos que apresentava, possivelmente, por ataque de cães. Mesmo com os cuidados, ela não sobreviveu e morreu três dias depois de chegar na clínica.

O bugio geralmente vive em bandos de até oito indivíduos, dependendo da área onde habita. Ele se alimenta de frutas e folhas, podendo chegar a 70 cm de comprimento e 8 quilos na idade adulta. O animal pode se tornar agressivo quando seu território é invadido.

A fauna silvestre é protegida pela Lei Federal 5.197/1967, pelo Decreto Federal 6.514/2008 e pela Constituição Federal no art.igo 225. É crime: perseguir, coletar, transportar, vender, manter em cativeiro, destruir ou modificar abrigos e ninhos, praticar maus-tratos ou matar animais silvestres.