D’Alessandro começou a entrar no banco nos dias quentes para aproveitar o ar-condicionado, como conta uma funcionária. Passados alguns meses, gerente resolveu dar um lar ao novo amigo: ‘Vai ter bastante lugar para ele correr.’
Depois de passar alguns meses se abrigando em uma agência bancária da cidade de Terra de Areia, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul, um cãozinho foi adotado pela gerente do estabelecimento. Ele vai aproveitar todo o espaço de uma chácara, com companhia, alimentação e carinho.
Mas antes do final feliz, essa história teve outros capítulos.
Há cerca de dois a três meses, os funcionários do banco passaram a conviver com a presença de um cãozinho que os visitava todos os dias. “Ele entrava, sentava no ar-condicionado e muitas vezes até dormia”, conta Adna Fagundes, que cuidava dele com os colegas.
Cão passou a conviver com funcionários e clientes de agência bancária — Foto: Adna Fagundes/Arquivo Pessoal
Ela lembra que o animal chegou magrinho, e os funcionários começaram a alimentá-lo. Tudo com aprovação da gerente Fernanda Peres. “Ele ia no início do expediente e só saía de lá no fim da tarde”, acrescenta Adna.
“Acabamos permitindo que ele fosse ficando, até porque não havia sucesso na retirada dele. Ele sempre voltava. A porta abre para dentro, ele metia o focinho e entrava”, acrescenta a gerente.
A convivência com os funcionários e com os clientes, cuja maioria nunca se importou com a presença do cão no estabelecimento, segundo relatos dos trabalhadores e da gerente, fez com que ele se adaptasse à rotina do local. Certo dia, um colega de Adna, torcedor do Inter, deu nome a ele: D’Alessandro.
O próximo passo de ‘D’Ale’ foi ser promovido a estagiário. Adna explica: “Virou nosso estagiário porque, como ele não sai de lá, eu decidi fazer um crachá para ele. Pedi autorização da nossa gerente, e ela liberou. Aí a gente brincou que ele seria estagiário de vigilante”, relata.
D’Alessandro no lugar que ele mais gosta de ficar no banco — Foto: Adna Fagundes/Arquivo Pessoal
Mesmo que D’Alessando recebesse cuidados, ele tinha essa proteção apenas no horário de expediente do banco. Depois, segundo Adna, ele costumava buscar abrigo em uma igreja ou em uma faculdade.
Essa incerteza sobre o que acontecia com o cãozinho durante a noite fez com que Fernanda tivesse a ideia de adotá-lo.
“Quando tivemos a certeza de que ele realmente não teria um dono, não sabemos se alguém o abandonou… Mas a ideia da adoção surgiu quando descobrimos que ele não tinha lar, não sabíamos onde ficava à noite, e ele começou a aparecer com a orelha machucada. Eu disse que ele ia comigo porque eu tenho uma chácara, e lá ele vai ficar bem confortável, bem alimentado, vai ter bastante lugar para correr”, ressalta.
D’Alessandro deve ir para a chácara de Fernanda neste domingo (22). Antes de ser levado ao novo lar, ficou aos cuidados de Adna.
“Ele é um cachorro carinhoso. Nunca estranhou ninguém, é bem obediente”, resume Adna.
Cãozinho se abrigava em banco durante o dia — Foto: Adna Fagundes/Arquivo Pessoal
Fonte:G1