“Casal, maravilhosamente louco”, leva muita alegria às pessoas

Há mais de dois meses do início da pandemia no Brasil e com o isolamento social, a orientação desde o princípio foi de evitar aglomerações, visitas, viagens. Muitas famílias estão em casa e só saem em casos de extrema necessidade, isso também tem acontecido com muitas crianças.

A orientação de prática do chamado distanciamento social, política que prega a restrição de contato entre as pessoas, pode tê-las afastado fisicamente. Por outro lado, fez com que a sociedade criasse mecanismos de aproximação, solidariedade e auxílio mútuo.

Isso tudo em razão de que a COVID-19 não escolhe vítima. O vírus é um dado objetivo da natureza, gente otimista, pessimista, de esquerda, de direita, preto, branco, criança, jovem e idoso contraem o vírus. A tentativa de dar sentido à vida é inteiramente de cada um. O vírus vai contaminar quem ele tentar atingir e estiver com a resistência baixa, dizem os especialistas.

As mudanças acontecem em alta velocidade, diariamente surge uma informação nova, positiva ou negativa. Há pouco tempo, era comum ouvir reclamações que o tempo para ficar em casa era mínimo. Eis que todo mundo foi jogado dentro da família dia e noite, porém, muitos não estão sabendo como administrar esse período. O que as pessoas precisam compreender que o mais valioso é ser feliz, sem esperar o futuro, não dá para pensar que a felicidade poderá ser sempre adiada. Seja amanhã ou para um próximo momento.

Pensando em como auxiliar a população e levar a alegria de forma irreverente e descontraída para os lares. O casal alegretense Luciano Marcos Pinto Rosse e Gelcina Brasil Toledo iniciaram uma brincadeira nos grupos de whatsApp e posteriormente postaram no Facebook. Como Luciano que tem o nome artístico de Lucianinho Godnai, eles realizam os vídeos e fotos de um celular comum, sem muita tecnologia e tudo feito de forma muito artesanal, entretanto, com uma alegria e uma paixão pelo que estão fazendo que os vídeos estão repercutindo muito. Por whatsApp a reportagem entrevistou o casal que tem vários personagens, como:Rosinha; Chico(caipira); Pequenino Fabrício; Magali e a Camila. Também estão pensando em criar um malandro e uma cigana.

Gelcina de 49 anos e Luciano de 48 anos revelaram que desde sempre essa veia artística foi muito forte e, quando se conheceram esse foi um diferencial do casal. A casa, transborda alegria mesmo nos momentos mais difíceis, como agora com a pandemia e pelo fato de Luciano estar desempregado. “Eu busco ver o lado positivo de tudo e sempre realizei ações voluntárias, hoje, eu e minha esposa fazemos isso nos asilos e com os pacientes da Saúde Mental. Levamos alegria, que muitas vezes é mais importante que uma palavra de alento” – citou.

O casal disse que em abril, dia 14, estavam em casa e perceberam que as notícias nos jornais e no próprio Facebook, estavam muito pesadas, as pessoas estavam se desesperando pelo incerto, pelos medos e receios. Foi que decidiram fazer um vídeo em que brincam, realizam imitações, fazem charges e postaram no facebook como uma forma de mudar um pouco o quadro desesperador naquele dia. Logo houve uma grande repercussão e todos os conhecidos e amigos, além, de pessoas que eles nem conhecem passaram a pedir novos vídeos e, assim, eles vêem desenvolvendo esse lado artístico de ambos, em tempos de pandemia, buscando alegrar os lares.

O Início:

“Sempre fomos muito bricalhões, em casa, estamos imitando, fazendo caretas, pegadinhas, buscando deixar o ambiente alegre. Com isso, postamos algumas fotos com caretas e personagens nos grupos da família e para amigos. Cada vez mais eles solicitavam novas fotos e vídeos com nossas “palhaçadas”. Desta forma, compreendemos que poderíamos mudar um pouco a energia nos lares. Deixar o ambiente mais leve com nossas brincadeiras e, desta forma continuar exercendo o que há anos estamos fazendo sem divulgação ou promoção de alguém, a solidariedade. O exercício de levar compaixão, amor, carinho e alegria ao nosso semelhante.” – descreveram.

A história de vida de Gelcina

Uma mulher multifaces, além de ser uma “palhaça” é funcionária pública Municipal, massoterapeuta, cabeleireira, contabilista e voluntária. Aos 49 anos, ela está atuando na rede de saúde do Município, mais especificamente na Saúde Mental.

Gelcina, disse que quando criança sempre participava de peças de teatros na escola, brincadeiras e gincanas. Suas músicas preferidas eram as alegres, dançantes, gostava de imitar vozes e realizar brincadeiras que poderia exercitar seu lado cômico. Com os filhos, não foi diferente, palhaçadas, imitações e personagens infantis fizeram parte da educação. Aos 23 anos, lembra que trabalhou em uma agência de turismo em que, um dos destinos preferido era Beto Carreiro. Durante a viagem, ela era o entretenimento no ônibus. Também atuou na educação infantil e saiu para o novo desafio que foi trabalhar na Saúde Mental. Embora, tenha sempre uma rotina bem agitada, Gelcina sempre levou a solidariedade aos que precisam com o trabalho voluntário. Ela acrescenta que foi criada em uma família católica, sempre leva Deus como Soberano e Supremo senhor, mas há 14 anos sentiu a necessidade de buscar mais conhecimento devido à necessidade de sentir que levar alento, alegria às pessoas é mais do que um desejo, é uma missão. Diante de todos os mistérios do universo e a vontade de ajudar o próximo, Gelcina resolveu estudar sobre a espiritualidade e, foi mais além. Ela procurou uma benzedeira que sempre teve como uma referência de pessoa humana e abnegada. Com essa senhora, que era cega, ela aprendeu uma oração para aliviar a dor das pessoas, o sofrimento. “A conclusão que cheguei depois de ver tanta tristeza, que através das orações eu estava ajudando, contudo, minha alegria, era ainda mais contagiante e sempre teve um efeito surpreendente. O sorriso é o melhor remédio. Eu me resumo como uma pessoa muito feliz que através da expressão verbal e corporal leva a alegria e tira a negatividade dos ambientes, das pessoas. Senti que neste tempo de pandemia devido ao novo coronavírus, não poderia ser diferente. E, ver que teve resultado e muitos sorrisos brotaram de nossos vídeos, fotos e brincadeiras é a maior recompensa” – comentou.

Luciano também tem seu perfil artístico

Aos 48 anos, desempregado, mas com uma fé e um desejo enorme de buscar incessantemente o bem e levar a alegria para quem convive com ele e demais familiares, amigos e pessoas, Luciano se define como um grande sonhador. Ele acrescenta que já ouviu algo não muito positivo sobre essa definição, mas é pontual em ressaltar que o sonho faz parte do lado mais lindo da vida, pois nele é possível projetar sempre o que pode ser realizado e também mantém acesa a esperança em cada um. Ele realiza um trabalho voluntário nos asilos e na Saúde Mental, Lucianinho, que também, é cabeleireiro faz  a “cabeça” dos idosos, leva música com suas canções e seu violão.

“Sempre gostei muito de música e com isso, participei de várias bandas como: Polivalente; baterias da Mica, Unidos do Pôr do Sol e toquei em um conjunto musical Sensa-Samba.”- falou.

Assim como, participou de inúmeros concursos de calouros onde teve vitórias e derrotas. Tem uma paixão por desenhos e um lado irreverente que se sobressai.  Com seu violão, canta, dança e entrete “seu público”. A criação das postagens e os nomes dos personagens foram suas, como tem muita facilidade para encenação faz tudo com muita naturalidade. Ainda comentou que em churrascos de amigos e familiares, o artista é ele, toca, dança e anima. Tem um trabalho voltado a alegria e bem estar do seu semelhante. O alegretense tem o sonho de trabalhar em rádio e de conhecer os sertanejos, Zezé Di Camargo e Luciano, Eduardo Costa e Leonardo.

“Com nossos vídeos e fotos, personagens e palhaçadas, muito mais do que levar a alegria aos outros, nós ficamos horas rindo de nossas histórias. Isso deixa o nosso ambiente muito saudável. Não tem nada de político, religioso ou que possa ofender alguém, tem alegria.” – citou.

Luciano diz que os vídeos mais acessados foram o da sátira do Jornal Nacional, do Smartphone e da Dança Sensual. Eles também criaram uma conta no Youtube – Gelcina Brasil.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fotos arquivo

Flaviane Antolini Favero