Casas noturnas de Alegrete, há mais de 100 dias sem festas, agonizam em meio ao distanciamento controlado

São mais de três meses em meio à pandemia de coronavírus, isolamento e distanciamento social que tomaram conta da maioria das pautas do Portal Alegrete Tudo.

No caso da cultura e entretenimento, estão associadas lives, projetos virtuais, lançamentos de álbuns, singles e videoclipes e a incerteza em relação ao futuro. Ninguém sabe ainda por quanto tempo enfrentaremos os desafios e transtornos provocados pela pandemia.

 

Outro setor que está sofrendo sérias consequências é o ramo de bailes e festas nas casas noturnas de Alegrete. Como eles dizem: fomos os primeiros a parar e seremos os últimos a retornar.

A reportagem entrou em contato com três empresários do ramo e conversou sobre o atual cenário. Na quarta-feira (1º), atingimos a marca de 111 dias com portas fechadas e bilheterias com caixa zero.

“Em meio aos transtornos que atingem o mundo inteiro, nossa classe do entretenimento não tem outra saída a não ser esperar e torcer para que passe rápido isso”, comenta Luis Grando, proprietário do Querência Amada.

Grando é produtor de eventos já gerenciou o Casa Velha, onde hoje funciona o Rancho Bier. Ele conta que são muitas famílias envolvidas que trabalham na noite, desde seguranças, promotores de eventos, portaria, reciclagem e lanches.

Além do pessoal extra, como o comércio de bebidas, loja de roupa, cabeleireiros, gráficas, rádios e outros que também se movimentam quando tem eventos na cidade. O empresário da noite garante que toda essa classe está sentindo os efeitos financeiros da pandemia.

“Fomos os primeiros a parar e vamos ser os últimos a voltar, sem nenhuma resposta, inclusive dos nossos governantes”, protesta. A última festa promovida por ele, foi um mega show com casa lotada de Paulinho Mocelin, no dia 13 de março, no Clube Juventude, dali em diante o palco silenciou e as portas foram fechadas.

Ele está confiante que dias melhores virão, sabe que muitos estão dependendo de doações, inclusive de lives para sobreviver. A classe musical está parada, sem arrecadação, com contas vencidas e sem enxergar luz no final do túnel, alerta o proprietário.

Outro que atendeu a reportagem, foi Paulo Botoni, proprietário do Barepub e do Me Gusta. Ele conta que fechou o Me Gusta dia 18, e o Barepub dia 8 de março.

Acostumado a realizar baladas todos os finais de semana na casa noturna, o silêncio na pandemia tem gerado incertezas no empresário. Com os negócios fechados, ele ainda não parou para contabilizar os prejuízos, emprega aproximadamente 20 funcionários nos dois estabelecimentos.

As baladas de sextas e sábados sempre de casa cheia mobilizava vários setores da cidade. Botoni conta que está esperançoso que tudo passe, embora saiba que o gênero do entretenimento vai atravessar o inverno com portas fechadas, ele não cogita desistir de continuar no ramo.

Para o empresário Fabrício Camargo, do Friends Club e Bar, a pandemia trouxe uma série de imprevistos. Shows nacionais desmarcados, festas canceladas e alguns projetos engavetados.

Júlio Cesar Santos