O tema é social e todo mundo está falando de saúde mental. Nos últimos anos, campanhas como o Setembro Amarelo, de prevenção contra o suicídio, e o Janeiro Branco, de conscientização sobre o bem-estar emocional, têm ganhado relevância nas redes sociais.
Porém, como a depressão é uma doença “silenciosa” e cercada de tabus, os casos ainda tendem a ser subnotificados. “As exigências dos tempos em que vivemos já são muito grandes, e agora estão somadas a um contexto de pandemia, de uma ameaça invisível que mudou radicalmente a rotina de todos, de risco de vida, entre outros. Muita gente não deu conta mesmo.
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E, a maioria está enfrentando problemas relacionados à depressão, nesse período atual, onde, talvez, estejam sofrendo o luto das perdas, dos temores entre outros – disse a coordenadora da Saúde Mental – Nádia Mileto.
O assunto está em pauta no PAT, devido ao número de atendimentos relacionados a tentativas de suicídio e também a suicídio consumados na cidade. No ano de 2021, Alegrete teve dois suicídios e, até o momento, neste ano(2022), já foram registrados quatro. Todos, do sexo masculino e, os três adultos, estavam no interior do Município.
Coordenadora da Saúde Mental no Município – a psicóloga Nádia Mileto, disse que, nos últimos dias o registro de atendimentos a pessoas, principalmente, no caso de tentativas de suicídio, chega no mínimo a três por dia. Tem sido um trabalho incessante e muito importante para todos os pacientes e familiares.
A equipe técnica do Samu Mental participa de capacitação permanente para atender as urgências psiquiátricas. O serviço foi implementado no ano de 2019 depois de uma luta travada pela Coordenadora da Saúde Mental, Nádia Mileto.
A equipe do Serviço de Atenção Multidisciplinar de Urgência em Saúde Mental (SAMU Mental), está presente em muitas ações registradas pelo Alegrete Tudo – PAT. O trabalho realizado pela equipe, também, está auxiliando pessoas com dependências químicas, alcoolismo, entre outros.
Para a psicóloga, não há uma explicação única para o fenômeno. As demandas da vida contemporânea têm um impacto, bem como o aperfeiçoamento do diagnóstico.
A depressão resulta de uma complexa interação de fatores sociais, psicológicos e biológicos, segundo a Organização Mundial de Saúde.
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“Pessoas que passam por eventos adversos (como desemprego, luto, trauma psicológico) são mais propensas”- destaca.
Episódios de depressão podem ser leves, moderados ou graves. Alguns sintomas a serem notados são tristeza persistente, humor deprimido (desânimo, baixa autoestima, sentimentos de inutilidade), perda de interesse em atividades antes apreciadas, alterações no apetite, ganho ou perda de peso súbita, insônia, excesso de sono e fadiga acentuada.
Dependendo da avaliação médica, os tratamentos podem ser por psicoterapia ou medicamentosos, ou uma combinação dos dois.
Além da rede saúde do Município, Alegrete também conta com o Núcleo do Centro de Valorização da Vida (CVV),que é uma ONG com atendimento voluntário que tem como objetivo valorizar a existência e contribuir para que as pessoas tenham uma vida mais plena, não recorrendo ao suicídio, aqui, representado pelo Núcleo de Apoio à Vida de Alegrete – Naviale.
O atendimento é 24h pelo telefone 188, sigilo total.