Todos os pacientes estão relacionados com casos de importação da doença. Há 20 anos, não há registro de sarampo contraído no Rio Grande do Sul.
Com mais dois casos confirmados nesta semana, o Rio Grande do Sul já tem nove pessoas com sarampo em 2019, informou o governo do estado na sexta-feira (27). As medidas de bloqueio, com vacinação de pessoas próximas aos pacientes, já foram realizadas.
Os dois novos casos são de Porto Alegre: uma mulher de 67 anos, que esteve em contato com uma pessoa que contraiu sarampo durante viagem à Itália, e um homem de 36 anos, relacionado com outro paciente diagnosticado com a doença.
Das outras sete confirmações, seis são residentes da Capital e uma é de um morador de Dois Irmãos. Todos os casos têm histórico ou vinculação com pessoas que fizeram viagem a locais com circulação do vírus – São Paulo ou Europa. Há 20 anos o RS não registra casos autóctones, ou seja, contraídos dentro do estado.
O governo alerta para a necessidade de vacinação para prevenir a doença. A rede pública de saúde disponibiliza gratuitamente vacinas com componente sarampo (Dupla Viral/Tríplice Viral/ Tetra Viral) à população de 6 meses a 49 anos de idade e para profissionais de saúde e demais pessoas envolvidas na assistência à saúde hospitalar.
São consideradas pessoas vacinadas:
- pessoas de 12 meses a 29 anos que comprovem duas doses de vacina com componente sarampo;
- pessoas de 30 a 49 anos que comprovem uma dose de vacina com componente sarampo;
- profissionais de saúde, independentemente da idade, que comprovem duas doses de vacina tríplice viral.
Histórico do sarampo no RS
- 2019: 9 casos (até 27/9)
- 2018: 47 casos
- 2012-2017: sem casos registrados
- 2011: 8 casos
- 2010: 7 casos
- 1999: último caso autóctone do RS
No país, já são mais de 4,5 mil casos registrados somente nos últimos 90 dias, quase 4,4 mil concentrados em São Paulo.
Dose zero para crianças
Uma das ações para o enfrentamento ao surto do sarampo no país é a vacinação das crianças de 6 a 11 meses. O objetivo é intensificar a vacinação desse público-alvo, que é mais suscetível a casos graves e óbitos.
No Rio Grande do Sul, são cerca de 70 mil crianças dentro da faixa etária. A medida preventiva indica a aplicação como uma dose zero, que não substitui a primeira dose contra o sarampo no Calendário Básico Infantil, dada aos 12 meses de idade com a vacina tríplice viral (que também protege contra a rubéola e a caxumba).
A proteção é completada aos 15 meses com a tetra viral (que previne ainda contra a varicela, também conhecida como catapora).
Esta vacinação de rotina das crianças deve ser mantida independentemente da criança ter tomado a dose zero. A medida deve permanecer enquanto o país não interromper a transmissão do vírus, que seria permanecer 90 dias sem novos casos.
— Foto: Arte/G1
Fonte: G1