Com 80% de ocupação na UTI Covid e 818 casos ativos, Alegrete está com risco médio de contaminação

Com o indeferimento na última segunda-feira (4) dos quatro pedidos de reconsideração ao mapa preliminar da 35ª rodada do Distanciamento Controlado, o Rio Grande do Sul volta a apresentar em uma região a classificação mais alta prevista no modelo, depois de duas semanas sem bandeira preta.

No mapa definitivo desta rodada, com vigência a partir de hoje (5) até a próxima segunda-feira (11), a região de Bagé fica na cor preta, que representa risco altíssimo para coronavírus. Outras 13 regiões ficam em bandeira vermelha (risco epidemiológico alto) e sete em bandeira laranja (risco médio) – Santa Maria, Uruguaiana, Taquara, Novo Hamburgo, Guaíba, Cruz Alta e Erechim.

Dentre as 21 regiões Covid, apenas Guaíba e Uruguaiana – que estão em bandeira laranja – não aderiram ao sistema de cogestão. O restante, incluindo Bagé, pode adotar protocolos próprios, elaborados pelas respectivas associações regionais, mas no mínimo iguais à bandeira anterior.

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O risco altíssimo em Bagé é resultado da combinação entre a piora na ocupação de leitos por pacientes com Covid-19 na macrorregião Sul e o fato de a região apresentar bandeira preta no indicador de hospitalizações para cada 100 mil habitantes.

Isso culminou no acionamento da nova regra do Distanciamento Controlado: a salvaguarda de bandeiras vermelha e preta. Implementada a partir desta 35ª rodada, a regra tem o objetivo de garantir que os níveis de risco alto e altíssimo sejam aplicados quando a capacidade hospitalar está próxima do limite e se evite o esgotamento de leitos.

Avaliamos os dados e decidimos indeferir os pedidos de reconsideração para que as regiões fiquem com a cor no mapa de acordo com a gravidade da sua situação. As salvaguardas foram bem aplicadas e demonstram o nível de alerta por meio do mapa, que é o nosso objetivo no governo do Estado. Se as prefeituras consideram que devem ser mais flexíveis, podem adotar os protocolos da sua região”, afirmou o governador Eduardo Leite durante o Gabinete de Crise.

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Nesta 35ª rodada, as regiões de Capão da Canoa, Porto Alegre, Santo Ângelo, Ijuí, Santa Rosa, Palmeira das Missões e Caxias do Sul receberam bandeira vermelha no mapa preliminar acionada pela salvaguarda. A região de Bagé foi a única a ter acionada a salvaguarda de bandeira preta.

De acordo com o mapa preliminar da 35ª rodada, 360 municípios (do total de 497) estão classificados em bandeira vermelha, somando 8,2 milhões de habitantes, o que corresponde a 73,2% da população gaúcha (total de 11,3 milhões de habitantes).

Desses, 126 municípios (510,9 mil habitantes, 4,5% da população gaúcha) podem adotar protocolos de bandeira laranja, porque cumprem os critérios da Regra 0-0, ou seja, não têm registro de óbito ou hospitalização de moradores nos últimos 14 dias, desde que a prefeitura crie um regulamento local.

 

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São seis os municípios em bandeira preta (184,7 mil habitantes, 1,6% do RS), dos quais três (17,7 mil habitantes, 0,2% do RS) não registraram óbitos ou hospitalizações nos últimos 14 dias.

A cidade de Alegrete que pertence a Região 03, retorna depois de seis semanas na bandeira vermelha, a 3ª Capital Farroupilha retornou para bandeira laranja.

Na segunda-feira (4), o município alcançou o maior patamar de casos de infectados, chegando a 73 casos positivos de Covid-19.

Conforme o boletim divulgado às 20hs, pela secretaria de saúde do município, 14 pacientes estão internados, 7 na UTI covid e 7 no hospital de campanha.

Alegrete soma 2.767 casos confirmados, com 1.912 recuperados, 818 ativos (804 em isolamento domiciliar e 14 hospitalizados positivos de Alegrete) e 37 vidas perdidas.

A cidade já realizou 13.441 testes, com 10.586 resultados negativos, 2.767 positivos e 88 pessoas aguardando resultado. Em observação com síndrome gripal já são 666 pessoas.

No meio da tarde, o Hospital de Santa Casa da Caridade divulgou um boletim que constava a lotação de 100% na UTI adulto e na UTI Covid a taxa de ocupação era de 80%, restando apenas dois leitos vagos. No hospital de campanha, dos 30 leitos, 13 estavam ocupados, sendo com 10 pacientes que tiveram casos confirmados da doença e três aguardam resultado de exame.

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Como os indicadores, principalmente de internações em leitos de UTI, seguem altos em quase todas as regiões, o Gabinete de Crise decidiu manter algumas regras previstas no antigo decreto, como a proibição de permanecer em locais públicos sem controle de acesso – praias e praças, por exemplo –, com a exceção para a prática de exercícios físicos, em regiões classificadas em bandeira vermelha. No entanto, o governo abriu possibilidade para que, por meio de decreto municipal, prefeituras autorizem a permanência nesses ambientes, desde que conte com mecanismos de fiscalização para coibir aglomerações. No caso de Alegrete, o prefeito Márcio Fonseca do Amaral optou por seguir o Decreto Estadual vigente.

Também seguem vedados eventos festivos públicos e privados de final de ano, como em empresas ou condomínios. Permanece a recomendação para que as celebrações sejam realizadas em pequenos grupos de até 10 pessoas (sem contar as crianças) de um mesmo grupo de convivência regular, seguindo os protocolos de distanciamento, uso correto de máscara, ventilação cruzada e higienização, entre outros.

Quadras esportivas e atividades em locais fechados, como cinemas e teatros, não estão liberadas em bandeira preta ou vermelha, apenas em bandeira laranja e amarela. Em atendimento a demandas do setor, há mudanças nos horários de funcionamento de estabelecimentos comerciais, restaurantes e bares, encerra as atividades às 23h.

Júlio Cesar Santos                                             Foto: Eduardo Silveira