O déficit de efetivo na Brigada Militar vem de longa data. Nas pequenas, médias e grandes cidades do estado, os quadros da instituição estão muito abaixo das necessidades da população gaúcha. Mas, a situação de Alegrete, é muito mais delicada que a média das demais cidades do seu porte populacional. Livramento, por exemplo, cidade em que o Esquadrão de alegrete está subordinado, tem mais que o dobro do contingente da nossa cidade. Municípios como São Gabriel e Santiago, tem cerca de 30 mil habitantes a menos e contam com muito mais PMs que aqui.
Outra situação que está em desacordo com a maioria das 35 cidades mais populosas do Rio Grande do Sul, é que Alegrete é a 25ª nesse ranking, e a única que é uma subunidade, subordinada ao 2º RPMon de Santana do Livramento.
Segundo o capitão Jean Roberto Quatrin, comandante do 2° Esquadrão, a Brigada Militar de Alegrete conta apenas 44% de PMs para as necessidades de um Município que tem quase 80 mil habitantes. Descontando ainda os que estão laudo, e nesse momento o número de afastamento por licença médica está um pouco acima da média, o que sobra está muito abaixo do mínimo aceitável. Mas, o problema maior segundo Jean,não é nem o pequeno número de policiais nas ruas, o maior problema atualmente é a desmotivação diante das condições de trabalho e do parcelamento de salários. Esses componentes, são obstáculos que independem da nossa vontade e são difíceis de serem removidos, face ao contexto em que os PMs estão trabalhando.
Além dos 56% de homens que faltam para compor a BM em alegrete, enfrentamos no momento esse quadro nada alentador: restrições de horas-extras, fim das diárias, impossibilidade de contar com policiais de outras cidades por conta desse contingenciamento e um arrochamento dos recursos de manutenção das necessidades básicas de funcionamento da corporação. Isso tudo, segundo o comandante Jean, reflete-se no trabalho que é oferecido à população. -“Nosso planejamento de policiamento preventivo está desarticulado. E, especialmente no mês de setembro, devido aos eventos nossa presença nas ruas é fundamental para a segurança de todos, mas infelizmente vamos oferecer um policiamento muito aquém do desejado por nós, e pela população”- comentou Jean. Ele disse que Alegrete conta no momento com 6 viaturas e duas motos em condições, mas falta gente pra ir às ruas. O policial tem esperança que esse momento turbulento passe e que “possamos pelo menos voltar ao que era há dois meses atrás quando tínhamos uma situação difícil, mas não crítica como agora”- finalizou.