Stéphanie Freitas, 24 anos, está internada na Casa de Saúde desde o dia do crime
No último sábado, completou duas semanas em que Stéphanie Freitas, 24 anos, foi encontrada por policiais no prédio onde morava com a ex-namorada, Helenara Pinzon, 22, em estado de choque. Helenara foi morta a facadas dentro do apartamento, na Rua General Neto, e Stéphanie é a principal suspeita do crime.
Conforme relatos de vizinhos, logo após o crime, por volta das 11h30min, visivelmente transtornada, a suspeita fez menção de se jogar da sacada do imóvel, que fica no quinto andar, enquanto gritava que amava a ex-companheira e pedia que chamassem a polícia. Ao chegar no local, os policiais tiveram de arrombar a porta. Eles encontraram Stéphanie em choque. A suspeita foi levada para Unidade de Pronto-Atendimento, junto à Casa de Saúde, onde está internada sob custódia policial desde então.
O advogado do pai de Helenara, Antônio Carlos Porto e Silva, chegou a afirmar que a internação e o fato de os advogados de Stéphanie não permitirem seu depoimento durante o inquérito policial eram estratégias da defesa. Conforme fontes ouvidas pelo “Diário”, a suspeita, que já foi indiciada e denunciada por homicídio triplamente qualificado, está internada na Unidade 100 da Casa de Saúde, onde há outros 24 quartos exclusivos para pessoas em tratamento psicológico. Essas pessoas confirmam que Stéphanie chegou em estado de choque.
– Ela estava bem desnorteada, não falava nada com nada. Não dava para entender o que ela dizia, ela só cochichava sozinha – conta uma das fontes.
A rotina no hospital
Apesar da situação mais delicada no início, atualmente, Stéphanie já não está mais sendo sedada, mas continua recebendo medicação. Algemada à cama durante praticamente todo o dia, ela fala pouco. Nos primeiros dias, havia perguntado pela família e dito que estava com saudade dos familiares e da academia onde trabalhava.
A rotina de Stéphanie é regrada, assim como a de outros pacientes que estão na mesma ala. Ela geralmente acorda às 8h, quando recebe a primeira refeição, o café da manhã. O almoço é servido às 11h. Às 14h, recebe uma nova refeição, mais leve, para, logo em seguida, às 15h, ir para o pátio. Mais tarde, às 17h, já recebe o jantar. Às 20h, faz a última refeição do dia. As algemas só são retiradas para a jovem ir ao banheiro. As caminhadas no pátio seriam uma exigência do médico.
Segundo todas as pessoas ouvidas, a aparência de Stéphanie é de grande abatimento. Alguns já viram-na chorando.
– Ela está bastante abatida, a gente vê no olhar dela, que é um olhar perdido, que parece refletir. Assim como o choro, não é nada escandaloso, é algo calmo, que parece questionar alguma coisa – relata uma fonte.
Uma das pessoas disse que Stéphanie teria lhe perguntado sobre sua família.
Conforme um dos advogados da suspeita, Bruno Seligman de Menezes, a primeira visita de familiares foi no dia 13 de dezembro. A segunda, no dia 15. No dia 11, a defesa de Stéphanie teve um pedido acolhido pela Justiça para que tanto os advogados quanto os parentes tivessem acesso diariamente à suspeita. No entanto, mais tarde, o juiz voltou atrás e determinou que as visitam fossem somente às terças e aos domingos, como funciona com os outros pacientes internados na ala em que a suspeita está.
De acordo com Menezes, a última informação médica, de sexta-feira, é de que o quadro dela está evoluindo. Porém, ainda não há previsão de alta. Stéphanie está com a prisão preventiva decretada e, assim que receber alta, deve ser encaminhada ao Presídio Regional de Santa Maria.
Fonte: DIÁRIO DE SANTA MARIA