Quem tinha alguma dúvida sobre os objetivos da escola cívico-militar teve a oportunidade de ficar sabendo de todos os detalhes desse projeto por ocasião da audiência de esclarecimento realizada no final da tarde de ontem, no pátio do Instituto Estadual de Educação Oswaldo Aranha. Para esclarecer sobre o tema, vieram a Alegrete o deputado tenente-coronel Zucco, mentor das escolas cívico-militares e o diretor geral da Secretaria de Educação do Estado, o alegretense Paulo César Antunes Magalhães. A comunidade escolar compareceu, ouviu e fez indagações sobre o assunto.
Depois da mensagem de acolhida ao encontro, feita pelo prefeito Márcio Amaral, reforçando que a administração trabalhou, acima de tudo, para que Alegrete tivesse uma escola, o deputado Luciano Zucco e o diretor da SEDUC,Paulo Magalhães se revezaram na tribuna prestando todos os esclarecimentos a respeito da escola cívico- militar que o Estado foi contemplado com quatro unidades das primeiras 54 implantadas no país.
O deputado Zucco agradeceu o esforço do prefeito Márcio para que a cidade garantisse uma unidade da escola cívico-militar. Caxias do Sul e Alvorada hoje sabem muito bem o que é o modelo cívico-militar. Alvorada, uma das cidade mais violentas do Estado, abraçou a ideia e com resposta de 100 por cento de adesão da comunidade escolar, observou. Zucco enfatizou que a Fronteira Oeste, sempre esquecida, foi lembrada ao ser contemplada com duas escolas, uma em Uruguaiana e outra em Alegrete.
Tanto o parlamentar Zucco quanto o diretor da SEDUC, Paulo Magalhães reiteraram que esse modelo de escola é da porta da sala de aula para fora. Ao ser comentado sobre exemplos de escolas em que professores são agredidos, com repetidos casos de drogas, desrespeito e violência, com as escolas cívico-militares será diferente, pois as crianças poderão cantar o hino Nacional, vão poder usar uniforme e, fundamentalmente, terem disciplina. Zucco relatou aos presentes que o núcleo das escolas cívicas começou em Goiás, com uma escola, hoje são 60 escolas, com IDEB elevado e sem evasão escolar. E esclareceu que na escola cívico-militar ninguém estará linkado, ninguém vai ensinar a usar arma ou fazer abordagens policiais.
Quanto aos recursos a serem destinados, a Escola Oswaldo Aranha vai receber R$ 1 milhão em 2020, R$ 1 milhão em 2021 e com possibilidade de receber o mesmo valor no ano seguinte. Entre mais de 100 cidades na lista, Alegrete foi escolhida, é para ser comemorado, reforçou o parlamentar.
O diretor da SEDUC, Paulo Magalhães, complementou que nada muda na forma de dar aula, o projeto é da sala de aula para fora, porque o pedagógico é da Secretaria de Educação. Os Alunos receberão uniforme e os recursos serão para pagamento dos monitores e ajudar na estrutura da escola.A parte que está interditada no IEEOA será resolvida pela Secretaria de Educação.O procedimento das matrículas também será o mesmo, “não muda nada da rotina da escola”, enfatizou.
Quanto à atuação dos monitores, o diretor da SEDUC explicou que não haverá interferência deles no ensino ou na questão pedagógica que fica restrita aos profissionais civis da área de ensino. A atuação dos monitores é preventiva, na identificação de problemas que possam influenciar no aprendizado e na convivência social. Eles acompanham a vida escolar do aluno, detalhou o diretor.
O final, foi dada a oportunidade ao público da manifestação através de perguntas. A coordenadora do Cipave+ da Secretaria de Educação, delegada Patrícia Sanchotene Pacheco fez esclarecimentos sobre o trabalho de prevenção à violência nas escolas. O modelo de escola cívico-militar vem atender à necessidade preventiva das escolas, disciplinando os espaços escolares de forma positiva, destacou.]
Sobre a questão da gestão compartilhada, o diretor da SEDUC foi claro ao afirmar que compartilhamento não significa submissão. A parte cívica será com os monitores, a pedagógica, com os professores.
Ao agradecer a presença de todos, o deputado Zucco reforçou que a participação dos pais será importante nesse processo para o sucesso da escola cívico-militar. Um projeto que veio para resgatar valores e sem cunho ideológico, concluiu, lacrando : “mais maturidade, menos bandeira, mais atitude”.
Embora a manifestação favorável demonstrada no encontro de ontem, a comunidade escolar será chamada, na próxima semana, a se manifestar, em audiência pública, para confirmar se realmente deseja a escola cívico-militar
Além das presenças citadas, prestigiaram o ato a Secretária de Educação,Cultura,Esporte e Lazer, Marcia Dornelles; secretária de Promoção e Desenvolvimento Social, Iara Caferatti; Cleide Cáurio, chefe de gabinete; o presidente do centro Empresarial de Alegrete, Francisco Pedroso; diretor do Instituto Estadual de Educação Oswaldo Aranha, Ernesto Viana; vereadores, professores, pais de alunos, alunos e comunidade em geral.
Alair Almeida
Fotos: Alair Almeida e Sandra Freitas