A terça-feira (28), foi uma data marcada para lembrar dos trabalhadores que, em seu esforço diário para produzir o seu sustento, sofreram algum tipo de acidente na execução de seu ofício ou no caminho de seu emprego e alguns, infelizmente, não voltaram para casa. A data foi instituída no Brasil pela Lei nº 11.121 de 2005.
O Brasil ocupa o 4º lugar em relação ao número de mortes, com 2.503 óbitos. O País perde apenas para China (14.924), Estados Unidos (5.764) e Rússia (3.090). Para Valladão, a data é um marco histórico na luta dos trabalhadores por melhorias nas condições de segurança e saúde no trabalho. “É necessário que existam políticas públicas mais eficientes na garantia da prevenção dos acidentes e na fiscalização do cumprimento das normas”, explicou. Os custos gerados pelos acidentes de trabalho representam cerca 3,8% do Produto Interno Bruto brasileiro.
De acordo com a OIT, anualmente, cerca de 270 milhões de trabalhadores são vítimas de acidentes de trabalho em todo o mundo. No Brasil, segundo o relatório, são 1,3 milhão de casos, que têm como principais causas o descumprimento de normas básicas de proteção aos trabalhadores e as más condições nos ambientes e processos de trabalho. Acidente de trabalho é aquele que ocorre pelo exercício da atividade durante o expediente , no percurso do trabalhador para empresa ou na volta para casa. São aqueles em que há lesão corporal ou perturbação funcional, permanente ou temporária, que causa a morte, a perda ou a redução da capacidade para o trabalho.
A cidade de Alegrete apresentou um total de 384 trabalhadores afastados por acidente de trabalho em 2012, segundo dados do INSS. Neste mesmo ano, foram cinco trabalhadores de Alegrete que perderam sua vida executando seu trabalho.
No observatório epidemiológico do Cerest Oeste, localizado atualmente na UPA, antes era no PSM, foram notificados 292 acidentes do trabalho só em 2013 e esse número aumentou para 366 em 2014. Em 2015, até a última terça-feira, foram registrados 101 acidentes de trabalho. O ramo de atividade que obtém o maior número de acidentes é o da indústria de alimentação de Alegrete.
Segundo os profissionais da área de segurança no trabalho, grande parte destes acidentes aconteceu no local de trabalho, por contato com ferramentas de corte, ou impacto por objetos, que causaram ferimentos, principalmente de punho, mão, perna e cabeça.
O Centro de Referência em Saúde do Trabalhador, Cerest Oeste/Alegrete, têm se mobilizado para acolher todos os trabalhadores que sofreram algum trauma no seu ambiente de trabalho, mesmo aqueles que não possuam vínculo com o INSS, e fazem parte da rede de saúde pública – SUS, são notificados e recebem suporte na assistência médica, psicológica e na reabilitação do profissional.
Atualmente o Cerest conta com um instrumento legal que fortalece o trabalho que é a Política Municipal de Vigilância em Saúde, Lei Municipal n. 5447/2014, fruto de uma ação conjunta das Vigilâncias em Saúde, na qual iguala os direitos legais aos da Vigilância Sanitária.
O Centro de Referência em saúde do trabalhador está recebendo denúncias de condições de trabalho precárias, abusos da força física e psicológica impostas aos trabalhadores e trabalho infantil não regulamentado por lei. Nosso endereço é Rua Mal. Floriano, 179; Telefone: 34227778 e Web site: www.cerestoeste.com.