Corpo de suspeito de feminicídio é encontrado em Nova Petrópolis

Ele estava em uma mata fechada, na Estrada do Pinhal Alto, com indícios de suicídio. Polícia Civil aguarda o resultado da perícia para determinar a causa da morte.

 

O suspeito de matar uma mulher de 37 anos, no dia 20, em Nova Petrópolis, na serra gaúcha, foi encontrado morto nesta sexta-feira (24). O corpo estava em uma mata fechada próxima ao local do crime, na Estrada do Pinhal Alto, com indícios de suicídio, informou a Polícia Civil.

Os nomes de ambos não foram divulgados com base na Lei de Abuso de Autoridade.

Segundo o delegado Camilo Pereira Cardoso, a polícia fez buscas no local, ainda na segunda-feira, mas não encontrou nada. Nesta sexta, por volta das 16h30, um morador da região que estava com seu cachorro viu o corpo e avisou à polícia.

“A principal hipótese é que cometeu o feminicídio, foi para o mato e se matou. Pelo estado do corpo, ele se matou com uma faca, mas ainda aguardamos a perícia”, diz o delegado, que ainda aguarda os laudos periciais de ambas as mortes.

Camilo afirma que, junto ao corpo, foram encontradas duas facas. Não se sabe, porém, qual delas ele teria utilizado. No dia do crime, foi localizada ainda uma machadinha, que teria sido usada, segundo a polícia, para quebrar o vidro do carro.

De acordo com a polícia, a vítima ia ao trabalho com uma amiga, por volta das 7h, quando teve o carro interceptado por um Fiesta. O homem teria usado o veículo dele para bloquear o dela, e os automóveis acabaram batendo. A mulher teria dito à amiga para que saísse e corresse para o mato, e que, por isso, não presenciou os golpes, relata o delegado.

“Mas, de resto, ela presenciou quase toda a ação”, afirma o delegado Camilo. “Como ele abandonou o veículo, a carteira, já se suspeitava que tinha atentado contra a vida dele”, sublinha.

Vítima tinha medidas protetivas há três meses

Segundo o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS), ela tinha medidas protetivas contra ele desde o dia 22 de outubro de 2019, mesma data do registro do boletim de ocorrência na delegacia local.

Na ocasião, ela teria relatado que vinha sofrendo agressões físicas, verbais e psicológicas, e que o casal estava separado há dois meses, mas que ainda viviam na mesma casa.

No registro, ela estava acompanhada por uma advogada e, conforme teria relatado, o homem teria dito que a jogaria da sacada da casa onde viviam.

A ordem judicial determinou que o homem se afastasse do lar e mantivesse uma distância de 150 metros da vítima e do filho do casal, e não tivesse contato com eles, sob pena de prisão.

De acordo com o TJ-RS, o mandado de intimação das medidas foi cumprido no dia 24 de outubro de 2019, afastando o suspeito da casa onde viviam. Em novembro, uma audiência foi realizada, onde a vítima pediu a manutenção das medidas em relação a ela, mas ajustou datas e horários para que o pai pudesse visitar o filho.

Segundo o TJ, na mesma ocasião, “a requerente manifestou desinteresse em prosseguir com a ação penal”.

Fonte: G1