
Quando se fala em trazer animais extintos de volta ao mundo ou em mistura de DNA, logo pensamos no filme Jurassic World, onde uma empresa resolve modificar o DNA de um dinossauro, o qual acaba colocando em risco todos os presentes na ilha. Contudo, os cientistas não esperam fazer algo tão aterrorizante como o Indominus Rex, mas adaptar o DNA do mamute com parte do genoma do elefante asiático, tendo assim uma réplica do animal verdadeiro.
O mamute-lanoso, que inspirou um dos personagens da “Era do Gelo”, era um mamífero que vivia nas áreas mais geladas do mundo e se alimentava somente de plantas. De acordo com o Scientific Reports, a decisão foi tomada após a avaliação de amostras colhidas de um mamute congelado, há mais de 28 mil anos, apresentarem nenhuma danificação na estrutura e núcleos.
“Graças ao seu habitat no permafrost, tundra e regiões congeladas de estepe, muitos mamutes que morreram nunca se deterioraram completamente – em vez disso, permaneceram selados no gelo para serem descobertos posteriormente. Assim, as amostras de tecido coletadas contêm DNA intacto, comida não digerida nos estômagos dos mamutes, pelos, presas e muito mais“, afirmam os pesquisadores.
Embriões serão criados com células específicas para cada característica (pele, presas, gordura…) e o genoma extraído da carcaça do mamute, que permite a adaptação do animal em ambientes frios. Se tudo der certo, os embriões serão desenvolvidos em um útero artificial ou barriga de aluguel por 22 meses, se não houver problemas durante a gestação.
Segundo os estudiosos “embora o mamute-lanoso não esteja vivo andando pelas tundras, o código genético do animal está quase 100% vivo nos elefantes asiáticos de hoje. Precisamente, os dois mamíferos compartilham uma composição de DNA 99,6% semelhante”.
De acordo com o mundo da ciência, trazer esse animal de volta a vida vai possibilitar reverter o cenário de animais extintos e combater às mudanças climáticas. Atualmente, a vegetação das tundras está completamente coberta por musgos e a volta dos mamutes ajudaria a trazer a vegetação de volta, evitando o descongelamento do permafrost e levando em conta que o permafrost tem cerca de 1,7 trilhões de toneladas de carbono, o seu derretimento teria um impacto significativo no aquecimento global.
Anders Götherström, professor de arqueologia molecular comunicou que “uma das grandes questões agora é saber o quão longe podemos voltar no tempo. Ainda não atingimos o limite”.
Por: Geovanna Valério Lipa