Diagnóstico tardio e complicações causaram muito sofrimento em paciente da Covid

A reportagem do PAT conversou nesta semana com mais uma família que passou pela preocupação em ter um familiar positivado para a Covid.

Cléber Araújo é filho de Glades Terezinha Gonçalves de Araujo. Ela está com 60 anos e deu alta na última quinta-feira(17). No post que ele fez em seu perfil do Facebook, Cléber descreveu a alegria de ter a progenitora recuperada depois de momentos bem delicados.

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À reportagem, ele começa falando que a mãe é uma pessoa querida por todos. Ela tem muitos amigos, é solidária e respeitosa. Está sempre pensando nos outros. “Acredito que tudo o que destaquei até aqui, tenha sido um dos fatores de tantas ligações que recebi de amigos e conhecidos, muitas pessoas que ligaram ou mandaram mensagens solicitando notícias dela, quando ficaram sabendo que minha mãe estava positivada e a situação era delicada, embora ela não tenha sido hospitalizada, mas passou por momentos bem preocupantes” – completou.

Cleber segue a narrativa frisando que as pessoas que conhecem Glades, sabem de sua conduta e de todos os cuidados que sempre prezou para sua integridade e de pessoas que ama, ela sempre seguiu à risca os protocolos de combate à Covid-19 – salienta.

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No entanto ao cuidar de mais uma pessoa doente, um familiar que precisava de ajuda num momento desolador, ela foi a Rosário do Sul prestar apoio e auxílio à concunhada que está com câncer. O quadro de saúde dela não apontava para o vírus, até então. Mas o sobrinho positivou.

Porém, ao retornar para casa, iniciaram os sintomas de forma branda, entretanto, o quadro foi se agravando e preocupando a todos. Muito desanimo, febre(temperatura de no mínimo 39°C) e perda do paladar.

” Minha irmã estava com ela e muito preocupada o tempo todo. Como residem no interior,  Lagoa Branca, vieram à cidade três vezes. Na primeira foi atendida por um médico na UPA. Na segunda, por uma médica do plano de saúde e nada resolvido. Na terceira, minha irmã ligou apavorada com a magreza, desânimo e descreveu os sintomas fortes da Covid. Então, realizamos o exame, que ainda não tinha sido solicitado, e deu positivo. Minha preocupação com a apatia piorando a cada dia, foi tanta que pensamos em buscar um auxílio com o protocolo de um médico de fora da cidade, pois ficamos apavorados diante do quadro de saúde que ela se encontrava. Por fim, depois de algumas tentativas em resolver os sintomas, já com o exame positivo, liguei pra vários médicos(convênios), que não nos passaram segurança e, ela retornou à UPA onde foi medicada com protocolo alternativo. Naquele dia a esperança era de que ela não precisasse chegar a ser entubada ou hospitalizada.”- aponta.

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Depois deste relato, Cleber descreve que Glades passou a fazer a medicação. Mas, ela já estava com febre há nove dias, de acordo com o filho. Ele também acrescenta que os sintomas foram muito intensos e que a mãe é uma pessoa humilde demais, por ela, se fosse possível, não viria à cidade. Isto com medo de se infectar com o novo coronavírus, antes de saber do diagnóstico. “É terrível ver a pessoa que você ama doente e ser impotente para resolver algumas situações. Foi muito complicado quando ela desfaleceu dentro do carro, pois estava muito fraca”- lembra.

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Embora a preocupação com a mãe tenha sido extrema, o que os filhos deixam de impactante é que esta doença pode ceifar a vida das pessoas de forma muito rápida e sem ter o que fazer. “Falta muita conscientização da gravidade do quadro que um paciente positivado pode apresentar com sintomas mais severos” – cita. Ele comemora que a mãe está recuperada, mas pede que todos tenham atenção aos protocolos como uso de máscara, álcool em gel e distanciamento social. Isso, segundo ele, foi um dos motivos dos demais familiares não apresentarem sintomas do vírus. ” Minha irmã que teve um contato mais próximo da minha mãe quando estávamos buscando o diagnóstico, não teve sintomas ou positivou pois ambas sempre estavam de máscara e com uso de álcool em gel. Assim como, depois a minha mãe seguiu à risca todas as medidas do isolamento, até a alta” – conclui.