Eclético, escritor alegretense esbanja talento em contos e poesias

Alegrete é terra fértil para a agricultura e a pecuária, mas nem só de grãos e carne vive o nosso povo. Daqui também saíram muitas pessoas ilustres, contribuindo imensamente no cenário político e artístico nacional.

Paulo Florindo

Podemos destacar, entre tantos, Oswaldo Aranha, Ruy Ramos, Nehita Ramos, João Saldanha, Paulo César Pereio, Demétrio, Celestino Valenzuela, Walmor Chagas, Mila Spook, e claro, os expoentes da literatura, Mário Quintana, um dos maiores poetas brasileiros e Sérgio Faraco, escritor com vasta e reconhecida carreira literária.

Pode parecer que a safra de novos autores alegretenses esteja meio improdutiva, mas quem estiver antenado aos acontecimentos recentes verá que temos uma leva bem interessante de mulheres e homens que têm produzido uma bela cena literário no município.

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A reportagem do PAT conversou com um dos novos escritores alegretenses em cena nos últimos anos. O escritor Paulo Florindo tem se destacado em certames literários nacionais e estaduais, sendo um dos vencedores do último concurso de poesias promovido pelo Centro Cultural de Alegrete.

Escritor lendo poesia vencedora em concurso municipal

Além da poesia, Paulo também se aventura em crônicas e contos, tendo conquistado o primeiro lugar em nível estadual em ambos os gêneros. Também já foi selecionado em dezenas de antologias de contos e poesias em diversos estados brasileiros, realizados por editoras independentes e órgãos culturais diversos.

Uma observação que o autor faz questão de pontuar: só participa de concursos literários gratuitos, que não cobram para “selecionar” os inscritos. É uma questão técnica, para avaliar verdadeiramente, a qualidade literária das obras que remete aos certames.

Livro, por enquanto, apenas as coletâneas citadas anteriormente, tendo seus contos, crônicas e poemas impressos juntamente com os demais autores selecionados, o que limita uma maior exposição no cenário literário.

Mas, Florindo, continua confiante que será reconhecido por alguma editora que queira apostar em seu talento e assim, consiga realizar este projeto de ter uma obra publicada.

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Por que auto publicação no momento está fora dos planos? Porque exige recursos e tempo para edição e divulgação, algo que o escritor não tem para investir em uma de suas paixões. Das outras paixões, a maior é a sua família, vindo em seguida o trabalho que desempenha com muito orgulho, há mais de três décadas na CAAL.

Perguntado se já tem algum livro no prelo, o escritor se exibe um pouco, informando que tem quase uma dúzia de originais de poesia e outros tantos livros de contos. Entre os três gêneros literários, já são quase mil textos redigidos. Nas palavras dele, os primeiros trabalhos deixam um pouco a desejar quano à qualidade literária, mas desde o princípio tudo foi escrito com muito amor à arte de escrever.

Quanto ao estilo dos seus textos, Paulo se considera quase eclético, mas tem algumas características pontuais, mesclando em seus contos assuntos contemporâneos com algum regionalismo.

Quanto à poesia, prefere os versos livres, mas também escreve, muito raramente, poemas mais líricos. Quanto aos tipos dos contos, vão desde o humor, passando por dramas existenciais, épicos, regionalistas, terror, realismo e ficção científica pura, com inspiração em autores como Clarke e Orwell.

Quando remete ao suspense, ninguém se iguala a Aghata Cristie como fonte inspiradora, sua autora preferida quando frequentava o Centro Cultural à procura de livros para ler, em uma época em que celular, computadores e redes sociais ainda eram assunto de ficção científica.

Ao descrever sua primeira experiência de escrita abre um sorriso e relembra, no início do ensino fundamental quando em uma redação escreveu o seu endereço, indo desde a rua onde morava, finalizando na Via Láctea. Talvez ali tenha sido o gérmen dessa veia de escritor.

Mas, de fato, a fase de escrever mesmo, começou quase aos quarenta anos, sendo quase um hobby para desanuviar as ideias após um dia geralmente agitado pelos afazeres do cotidiano.

Um dos trabalho do poeta alegretense

Para finalizar, pedimos ao Paulo para deixar um recado para quem quer enveredar nesta senda das letras.

Eu acredito que tudo começa em casa e na escola, com os pais e professores incentivando as crianças na leitura. Se não gosta do livro físico, existem milhares de obras disponíveis em meios eletrônicos, algumas até gratuitas. Além da leitura, recomendo dedicação, muita dedicação, pois a escrita também exige muito treino e treinar é escrever. E estudar as técnicas de escrita, isso também é muito importante. Outra coisa, não desanimar aos primeiros fracassos, ou primeiras frustrações com respostas negativas de editoras ou recusa de textos em concursos literários. A maioria dos grandes escritores começou assim e só chegou onde chegou, não desistindo nunca. Ademais, agradeço a oportunidade que o Alegrete Tudo me ofereceu e convido a conhecerem um pouco do meu trabalho literário através de crônicas que publico quinzenalmente em um jornal local. Todas estão no meu instagram (@paulo_poesia_florindo) ou facebook (https://www.facebook.com/pauloflorindo/).

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José Stigler

Gostaria de saber em que se destacou NEHYTA RAMOS, além do fato de ser esposa de Rui Ramos.