Em meio às dores de perdas e muitos anos depois, Ana está formada

O sonho que se tornou realidade depois de muita luta e superação. Assim, pode-se dizer da conquista da mais nova educadora, Fernanda Pereira da Silva.

Em meio às dores de perdas e muitos anos depois, Ana está formada
Em meio às dores de perdas e muitos anos depois, Ana está formada

Entre os 28 formandos no IEEOA-ECM, estava a alegretense que passou por perdas, dificuldades e problemas de saúde. O desejo de se tornar uma professora teve origem ainda na infância. Toda a luta de Fernanda, que serve de inspiração a todos, será narrada a seguir.

“Sempre foi um sonho, desde criança ser professora. Terminei os estudos e devido à família que formei(filhos), deixei de lado o meu desejo. Contudo, o tempo passou, os filhos cresceram e com incentivo do meu esposo procurei O Instituto Oswaldo Aranha pra fazer magistério e completar meus estudos, ter a formação mais completa.

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Entretanto, não foi fácil pois, devido à pandemia tive que parar por uns meses quando minha mãe adoeceu, assim como eu. Fomos hospitalizadas e eu tive alta no dia 29 de março, dois dias depois, minha mãe solicitou aos enfermeiros que eu fosse até a ala Covid, pois precisava falar comigo.

Eu residia no mesmo pátio da casa dela, é um condomínio de família. Então éramos muito unidas. Ela falou comigo, com a voz cansada, perguntou como eu estava mandou um beijo para os netos, pediu que eu fosse buscá-la no portão porque já estava cansada de estár no hospital. Chorando me deu “tchau”, que eu ficasse com Deus e que ela iria sair do oxigênio para dar alta. Essa nossa conversa foi por telefone às 15h47 e, por volta das 18h recebi a notícia que ela tinha falecido. Foi muito triste, porém, meu sofrimento apenas iria começar, pois 24 dias depois, minha irmã Rita da Silva também faleceu pela Covid-19. Foi um baque muito grande, estávamos nos apoiando na tentativa de superar a morte da mãe.

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No caso da minha irmã, ela teve uma tosse alérgica e o médico prescreveu medicamentos, ela já tinha tomado o kit Covid e o teste havia dado negativo, mas três dias depois de internar faleceu. O diagnóstico foi Covid.

Ainda sem chão, um mês depois, minha cunhada perdeu a vida pela Covid-19. Foi nesse momento que eu pensei em desisrtir de tudo e procurei a escola.

Mas Ana lembrou que foi recebida pela professora e diretora Ana Lara. Ela foi bem firme e me disse que não iria permitir que eu desistisse e, foi superando todas as dores, que eu conclui o magistério. Segui a minha caminhada porque, se Deus não me levou,  algum objetivo ele tem pra eu seguir. Escrevi aos prantos, não tá fácil superar, mas essa minha conquista é uma homenagem a elas.- concluiu.

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