Empresário gaúcho citado na Lava-Jato nega fraude em contratos

Dono da empresa Freitas Filho Construções Ltda foi ouvido na sexta-feira pela PF

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Após três horas de depoimento na Superintendência da Polícia Federal em Porto Alegre, o empresário Eduardo de Oliveira Freitas Filho negou participação na Operação Lava Jato. Ele é dono da empreiteira Freitas Filho Construções Ltda., citada como facilitadora para pagamento de propina a Petrobras. Após ser ouvido, ele foi liberado. As informações são da Rádio Gaúcha.

Ao sair da sede da PF, Freitas não quis falar com a imprensa. Ele estava acompanhado de seu advogado, que afirmou ainda não estar a par de todo o inquérito e resumiu assim o depoimento.

— O senhor Eduardo compareceu espontaneamente à autoridade policial, prestou as declarações relativas aos questionamentos feitos. Tomaremos conhecimento acerca do inquérito policial e auxiliaremos na medida do possível o desenrolar dos fatos, uma vez que o senhor Eduardo não cometeu nenhum ilícito na prestação de serviço que realizou — afirmou o advogado Alexsander da Silva Linck.

Durante a manhã de sexta-feira(19), a Polícia Federal apreendeu documentos na casa de Eduardo de Oliveira Freitas Filho e na empresa dele. Havia ainda um mandado de condução coercitiva. No entanto, no momento da operação, o empresário estava no Rio de Janeiro na sede de outra companhia que possui, em sociedade com o filho. De acordo com a defesa, assim que soube da ação policial, veio a Porto Alegre para se apresentar às autoridades.

Propina

Conforme o Ministério Público Federal (MPF), há provas de que a Freitas Filho foi usada para viabilizar pagamento de propinas pelo consórcio composto pelas empresas Odebrecht, Camargo Correa e Hotchtief a funcionários da Petrobras. A fraude envolveria a construção do prédio do Centro Administrativo da estatal em Vitória, no Espírito Santo. O destinatário da propina seria Celso Araripe de Oliveira, empregado da Petrobras e gerente-geral do empreendimento.

O fato foi revelado pelo presidente da Camargo Correa, Dalton Avancini, e pelo diretor da empresa Eduardo Hermelino Leite, em depoimentos de delação premiada. Segundo eles, o pagamento da propina teria sido feito mediante simulação da contratação de serviços das empresas Freitas Filho Construções Ltda. Segundo a delação, o próprio Celso Araripe teria indicado a empresa para o repasse da propina. A empreiteira tem apenas um empregado e, segundo procuradores, foi usada para repassar mais de R$ 2 milhões de reais em suborno.

 

Fonte: Zero Hora