Uma mobilização do bem. Assim foi a campanha que teve a iniciativa do empresário Sérgio Bevilaqua, na última terça-feira para arrecadar o valor necessário para o conserto de uma das ambulâncias do Samu. Na manhã de quinta-feira(21), ele recebeu a reportagem em seu escritório na Avenida Brasil, na BVI Car.
A entrevista foi muito além da atitude em colaborar com a população, foi uma verdadeira história que passou por várias nuances da vida do empresário que vem de uma origem humilde, porém, sempre foi e é muito batalhador. Durante a conversa, ele se emociona ao falar da perda da irmã caçula em 2018 aos 35 anos, dos cuidados com a mãe que vive acamada desde então, além de todos as demais preocupações com a família e os 18 funcionários, que são como parte da família.
Com espírito empreendedor desde pequeno, Sérgio lembra que nunca passou um Natal com o pai, caminhoneiro. Também não tinha a opção de ganhar roupas e calçados novos, era o que o irmão mais velho que ia repassando. Desde os seis anos ele já se virava para conseguir as moedinhas e comprar o picolé. Aos 16 anos iniciou como ponta de caixa em um supermercado e dali não parou mais. Foram alguns anos de recepcionista no Hotel Texacão, depois Hospital Militar, vendedor da Wolks, Gerente do banco Votorantin, até chegar na sua empresa no ano de 2012. Tudo o que fez e aprendeu, o faz lembrar da mãe que ele tem como referência pela benevolência. “Ela tirava de nós para dividir, mesmo que fosse pouco jamais deixou uma pessoa passar por necessidade. “A juventude tem tudo pela frente, se eles soubessem ouvir mais os mais velhos, aprender com a sabedoria que muitas vezes não vem só da faculdade, mas da vida. Precisamos pensar mais no próximo, saber que a ação não e para mim ou pra ti é pra todo um Município e demais localidades que o SAMU atende.” – destacou.
Ao ser questionado o motivo da iniciativa, Sérgio descreve que ao ler a reportagem, de imediato, pensou que poderia fazer algo para contribuir, mas que sozinho, não seria possível. Ele foi até a oficina e conversou com o proprietário, João Pedro Paim, que descreveu qual era a peça e valores. Um intercambiador de calor, conjunto com válvula -EGR, com o custo de R$ 4.500,00. “A ambulância é Citroen, que tem as peças e manutenções com preços consideráveis, além de ser a óleo, o que deveria ter um tempo de cerca de cinco minutos ao ligar, entretanto trabalha sempre em alto giro, pois esse tempo é muito importante quando se trata em salvar vidas, o desgaste das peças é bem maior. Além do número de atendimentos por mês é superior a 120.” – citou.
Diante disso, Sérgio desafiou dois ou três empresários sobre um auxílio e já estipulou que, se 45 empresas contribuíssem com 100 reais, o valor seria rapidamente arrecadado. Com as primeiras respostas positivas, o empresário disse que colocou uma mensagem no facebook pedindo a mobilização dos demais que fazem parte da mesma classe e, em duas horas conseguiu o valor. No dia seguinte, disponibilizou um funcionário para fazer o recolhimento em todas as empresas. Com o dinheiro em mãos, Sérgio conversou com o Prefeito Márcio Amaral e a entrega ao dono da oficina foi realizada na tarde de quinta-feira(21). O Prefeito Márcio Amaral frisou que o Município não ficou com dinheiro pois foi uma iniciativa do empresário. Ainda parabenizou pela iniciativa pois vai auxiliar toda a comunidade. Ele salienta que a demora é relacionado aos trâmites burocráticos e que por diversas vezes a ambulância já tinha passado por manutenção. “Parabenizo a todos os envolvidos. É muito mais produtivo essa ação do que apenas ir para às redes sociais criticar” – comentou.
João Pedro, proprietário da oficina e autopeças JVR, completou dizendo que a coletividade tem sempre que se sobrepor a individualidade e que a união sempre vai trazer bons frutos. Ele falou que em cerca de uma semana a ambulância do Samu já estará operando novamente. A mão de obra será por conta da JVR, sem custo.
Para finalizar, Sérgio Bevilaqua deu a ótima notícia que devido à procura de outros empresários para se somarem à causa, ele decidiu que iria dar continuidade a arrecadação e também será consertado o ar-condicionado da ambulância, o valor de 800 reais. Outro valor que também teria sido feito uma avaliação para licitação e posteriormente compra a peça.
Essa foi mais uma iniciativa positiva em prol da comunidade. Desta vez, com o diferencial de ter sido a união de empresários, que compreendem a importância da ambulância. Fica o exemplo de união, benevolência, abnegação e solidariedade. Independentemente de classe social, ninguém está livre de necessitar do atendimento do Samu. Uma equipe que trabalha diuturnamente em prol da comunidade e de forma eficaz para salvar vidas.
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