Estação Alegrete da CPRM registrou quase 30 mm e estiagem preocupa

Depois do temporal registrado em Alegrete na quarta-feira (2), que deixou mais de 4 mil clientes sem energia conforme a assessoria da RGE, nesta manhã 2.181 clientes ainda estão sem energia.

Segundo dados da Estação Alegrete da CPRM, na atualização desta quinta-feira (3), às 10 hs, já são 66 mm nas últimas 120 horas. Conforme gráficos da estação de coleta localizada às margens do Rio Ibirapuitã em Alegrete, nas 48 horas 28,4 mm de chuva acumulada.

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De acordo com a previsão do INMET, nesta quinta-feira (3), a máxima chega aos 34ºC, com possibilidade de chuva. A Estação automática do instituto está localizada a cerca de 31 km do centro da cidade, e conforme a previsão na sexta ainda existe possibilidade de chuva isolada. A mínima será de 18 e a máxima de 31ºC.

No sábado (5), a mínima cai para 15ºC, e a máxima não passa de 27ºC. No domingo (6), o dia amanhece com 12 graus positivo e o dia com poucas nuvens terá máxima de 29ºC.

Em 12 de novembro de 2020, a Agência de Meteorologia e Oceanografia Norte Americana (NOAA) aumentou a chance de um forte La Niña entre o fim da primavera e início do verão (novembro e janeiro). Estima-se uma temperatura de pelo menos -1,5°C mais baixa que o normal na porção central equatorial, o que deixaria o fenômeno entre os três mais intensos nos últimos 20 anos. Os outros ocorreram entre 2007, 2010 e 2011. Os meses de Janeiro e fevereiro prometem ser meses quentes no RS, onde as anomalias de temperatura ficam acima da média em todo o Estado.

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No decorrer do outono de 2021, o fenômeno enfraquece, dando lugar a uma neutralidade. A seca na América do Sul chama atenção e, de acordo com a NASA, é a segunda pior desde 2002. Perdendo apenas para 2015/2016, gerada por um intenso El Niño.

Nos últimos seis meses, choveu pelo menos 400mm a menos que o normal entre a Colômbia e a Venezuela, na Região Sul do Brasil, Nordeste da Argentina, Sul da Bolívia e algumas áreas da Amazônia, como o Sul e Oeste do Amazonas, Oeste do Acre e Norte de Roraima e do Amapá.

Existem duas explicações para a falta de chuva. No Sul do Brasil, o fenômeno La Niña responde por uma estiagem persistente com perdas na agricultura e risco na geração de energia elétrica e abastecimento de água nas cidades. Já no Norte da América do Sul, o efeito acontece pelo Atlântico Norte mais aquecido. As precipitações tropicais ficaram concentradas sobre o Hemisfério Norte, inclusive gerando uma quantidade recorde de furacões neste ano.

Com a manutenção do La Niña, as previsões indicam chuva inferior à média no Centro e Sul do Brasil, no trimestre novembro, dezembro e janeiro, na área que compreende toda a Região Sul e partes de Mato Grosso do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

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Além disso, também há previsão de chuva inferior ao normal no Uruguai, Paraguai, Argentina e Chile. Mais ao Norte, predomina a sazonalidade, ou seja, a chuva. A chance é de uma precipitação acima da média no Espírito Santo, Bahia, Minas Gerais, Goiás, Tocantins, Mato Grosso e boa parte da Região Norte.

A chuva acima da média também acontecerá na área mais extensa com estiagem da América do Sul, entre Colômbia e Venezuela. Por fim, voltando para o Brasil, no norte do Nordeste e litoral da Região Norte, ou seja, desde o Rio Grande do Sul até o Amapá, o trimestre será menos chuvoso que o normal.

Para a temperatura, chama-se atenção para um fim de primavera e início de verão mais quente que o normal em Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, além do Paraguai, Argentina, Uruguai e Chile.

Por outro lado, na maior parte do Brasil, a temperatura ficará próxima da média. Entre o Leste de São Paulo e o Sul da Bahia, o trimestre promete ser um pouco menos quente que a média histórica, assinatura típica do La Niña.

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Temperatura – Previsão Geral

Durante o primeiro final de semana de dezembro, uma massa de ar frio deixará a temperatura mais baixa que a média histórica em parte do Rio Grande do Sul, com mínima em torno dos 10°C em Bagé.

Apesar disso, o mês fecha com desvios positivos e temperatura cerca de 1-2°C acima da climatologia para o mês, com uma onda de calor mais intensa esperada no início da segunda quinzena de dezembro.

Janeiro e fevereiro prometem ser meses quentes no Rio Grande do Sul, onde as anomalias de temperatura ficam acima da média em todo o Estado, especialmente em áreas da Campanha e região Sul, onde os valores podem chegar até 3°C acima da média histórica.

Durante o mês de novembro o RS sentiu na pele os efeitos do fenômeno La Niña. A chuva apresentou padrão muito irregular, os eventos de precipitação foram espaçados e os acumulados insuficiente para alcançar a média histórica em todo o Estado.

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Somente nos últimos sete dias do mês, choveu intensamente sobre o Centro, Oeste e Norte do Rio Grande do Sul. As regiões de Alegrete e Uruguaiana receberam mais de 100mm poupando água dos reservatórios e ajudando o desenvolvimento inicial das áreas de arroz.

Por outro lado, a precipitação foi mais fraca no Sul e Leste do Estado resultando em acumulados abaixo dos 10mm em Camaquã, Pelotas e Santa Vitória do Palmar. A chuva prosseguirá sobre o Estado durante a primeira semana de dezembro, mas terá acumulado irregular.

Enquanto o Sul do Estado recebe menos de 20mm, chove até 40mm no Litoral Norte. A maior parte da precipitação acontecerá na quarta-feira (2) com a passagem de um sistema de baixa pressão pelo Estado. Além disso, a partir do dia 7, a chuva não irá parar, mas enfraquece com acumulado inferior aos 20mm.

Para a segunda quinzena do mês, a gangorra de precipitação agora tende para o Centro e Norte do Brasil, com chuva que perde bastante intensidade. Vale lembrar que a média climatológica para o mês de dezembro já é baixa no território gaúcho, então poucos eventos de chuva mais expressiva já podem ser suficientes para alcançar a média histórica, especialmente nas duas primeiras semanas.

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Para o mês de janeiro, a chuva apresenta padrão muito irregular, com baixos volumes e os modelos meteorológicos indicam chuva inferior à média em todo o Estado. Pouquíssimos eventos de precipitação são esperados neste período, sendo o principal em meados do dia 10.

A primeira semana de fevereiro já nos mostra outro cenário, agora mais promissor. O La Niña começa aos poucos a perder intensidade e a chuva retorna de forma significativa ao Estado. Há previsão de chuva ao longo dos primeiros sete dias, retornando no início da segunda quinzena e também nos últimos dias do mês.

Por isso, em uma perspectiva geral, fevereiro tende a fechar com chuva dentro da média em grande parte do Rio Grande do Sul, tendendo para acima em áreas da região Central, Norte e Noroeste Gaúcho.

Júlio Cesar Santos        Foto: Cristina Aurélio                      Fonte: INMET e IRGA