Estado debate desenvolvimento e certificação da carne orgânica dentro do Plano RS Sustentável

A reunião contou com a presença  de produtores, chefs de cozinha, profissionais de assistência técnica e de certificação de orgânicos e pesquisa

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O Grupo de Trabalho (GT) da Carne Orgânica, criado pelo Plano RS Sustentável para atuar no desenvolvimento e certificação da carne orgânica no Rio Grande do Sul, reuniu, nesta terça-feira (19), produtores, chefs de cozinha, profissionais de assistência técnica e de certificação de orgânicos e pesquisa. Unir ações, como propiciar extensão técnica aos que desejam adotar essas práticas, organizar o abate certificado e auxiliar na promoção e comercialização, foram alguns dos assuntos debatidos durante almoço no Galpão Crioulo do Palácio Piratini.
O coordenador do plano Rio Grande do Sul sustentável, Francisco Milanez, esclareceu dúvidas sobre o projeto e fez um comparativo entre o consumo de carne convencional e orgânica.
“Quando se consome uma carne convencional, se consome carrapaticidas altamente tóxicos que estão no corpo do animal, vermicidas, antibióticos, além do cortisol e outros hormônios do estresse. Já o animal que produz a carne orgânica tem uma alimentação natural, é criado solto, com liberdade de passear, brincar e ter sombra. Esse animal é um animal feliz, bem alimentado e sem agrotóxicos no sangue”, disse ele.
De acordo com Milanez, o atual padrão de produção e consumo tem trazido sérios problemas de saúde pública, como doenças degenerativas, obesidade infantil e adulta, e reduzido, de forma intensa, a qualidade de vida.
Milanez também reforçou a importância de divulgar e informar mais sobre o projeto para os produtores. “A carne orgânica pode auferir um ganho de 30% a mais para o produtor e até baixar o custo de produção, podendo assim aumentar o lucro”, explicou.
O governador Tarso Genro, presente ao encontro, disse que o programa irá interferir na qualidade da base produtiva do Estado de forma altamente positiva e justificou: “Nós sabemos hoje que as questões ambientais, as questões relacionadas com a sustentabilidade e as questões de saúde pública, inclusive as que envolvem a industrialização química dos nossos alimentos, já constituem um problema, não somente aqui no nosso país mas também em todo o mundo”.
O Plano Rio Grande do Sul Sustentável é composto por representantes de 12 órgãos de governo e possui quatro eixos de orientação: ser ambientalmente sustentável; socialmente justo; economicamente viável e culturalmente respeitoso.
A Coordenadora da Câmera Setorial da Carne da Secretaria da Agricultrura, Anna Isabel Suñé, observou: “A gente tem absoluta convicção de que o caminho é esse. O Rio Grande do Sul tem um rebanho que se mantém nos últimos 10 anos em torno de 14 milhões de cabeças, não existe grandes perspectivas de aumento, e temos que agregar valor à carne que temos aqui, de qualidade, sabor diferenciado, garantido pelas raças europeias, e especialmente pelo ambiente que é valorizado no mundo inteiro.