Estruturas temporárias já têm R$ 18 milhões prometidos

Incerteza que fez suar frio os organizadores parece ter solução a caminho, com a expectativa de fechar nesta semana os R$ 25 milhões necessários

 
A um mês da Copa, há um jogo bem definido na Capital: o jogo de empurra. Nem a retirada de resíduos da reforma do Beira-Rio para construção do estacionamento é feita tranquilamente — Inter, Andrade Gutierrez e prefeitura ainda costuram um acordo para o descarte.
Outra incerteza que fez suar frio os organizadores parece ter solução a caminho: é de R$ 18 milhões o total prometido por empresas para a instalação das estruturas temporárias. A expectativa é fechar nesta semana os R$ 25 milhões para os equipamentos que serão montados em volta do estádio.
hegar tão próximo da Copa com discussões e correria é resultado de desacertos no poder público, lentidão na definição de responsabilidades e até divergências internas no Inter. Para cada assunto, há uma queda de braço, resultado da falta de planejamento.
— A esperança agora é de que fique pronto o mínimo do mínimo para que a gente não passe vergonha. Espero que isso se torne um ensinamento, doloroso, mas grande para nós, gaúchos — resume o gerente do Comitê Organizador Local (COL) em Porto Alegre, o ex-jogador de vôlei Paulão.
Nas entrevistas, os organizadores mostram tranquilidade, mas, em reuniões de trabalho, equilibram os nervos em corda-bamba. O financiamento das temporárias com isenções fiscais foi aprovado com desgaste para governo, Fifa e Inter. Agora, o impasse é sobre quem retirará os resíduos do canteiro de obras do Beira-Rio. O custo é alto: R$ 1 milhão.
A celeuma azedou as relações entre o clube e a Andrade Gutierrez. A construtora alega que o entulho já estava ali quando iniciou a obra, enquanto o clube diz que a responsabilidade é da empresa. A prefeitura já notificou seis vezes o Inter para a retirada e apelou para que o COL intercedesse. Apesar de ainda acreditar em acordo, o presidente do Inter, Giovanni Luigi, não estima data para que o problema seja resolvido — e também não arrisca dizer qual seria a solução. Luigi é enfático ao afirmar que o clube não retirará os resíduos. E não descarta um embate judicial:
— O clube entende que não é dele. A construtora alega ter comprovações da retirada do material do estádio. Não tenho o detalhamento se a construtora tirou tudo ou deixou um pouco. Não é terreno do Inter, não é material do Beira-Rio. Existe o meio judicial.
Na também atrasada instalação das temporárias, pelo menos há boas notícias. Nove empresas acertaram participação no financiamento. Como contrapartida, receberão espaços publicitários no Estádio Olímpico, no Parque Gigante, em rotas de acesso ao Beira-Rio, na revista e no site do Inter.
— Na estrutura de transmissão de TV, conseguimos adiantar a instalação do que diz respeito a nossa responsabilidade (uma passarela para ligação dos cabos com o estádio) — diz Maurício Santos, do Comitê Gestor da Copa no Estado.
Três caminhões com equipamentos chegam nesta semana. Primeiro, serão erguidos o setor de credenciamento (no terreno atrás do Centro de Eventos), a área para voluntários (no Gigantinho) e o cercamento do perímetro do estádio. Após, o foco será no centro de imprensa e nas adaptações internas do Beira-Rio. A Fifa assume o Gigante em 22 de maio, e só há uma certeza: nada estará pronto.
— Trabalhamos com data entre 8 e 9 de junho para ter, não 100%, mas a maioria das instalações finalizada — diz Roberto Siviero, gerente-geral de estádios do COL.
Antes de começar a Copa, o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, volta a Porto Alegre. A data não foi confirmada, mas deve ser entre 19 e 25 de maio, quando ele percorrerá todas as cidades-sede.