Feriado atraiu muitos turistas à Ponte de Pedra do Tigre

Conhecida pela imensidão dos campos do Pampa, pelas pastagens de gado e pelas lavouras, a região Fronteira -oeste do Rio Grande do Sul é capaz de surpreender visitantes com paisagens incomuns e pouco conhecidas. Uma delas é a Ponte de Pedra do Tigre, uma formação rochosa esculpida há milhões de anos pela natureza e palco de lendas e mistério.

Sem uma trilha limpa e pouco acessível, o local vem sendo muito visitado nos últimos meses. No feriado de 21 de abril, muitas pessoas de Alegrete e de outras cidades da região subiram o morro, por entre as pedras, num caminho nada fácil para conhecer a ponte de pedra do  Tigre- um cartão postal.

Chegar até o topo do morro também não é uma tarefa das mais simples. A elevação fica a cerca de 50 quilômetros do centro da cidade, indo pela Rs 377, entrando a direita de quem vai de Alegrete por mais 9,8km na estrada do Tigre, onde ficam os carros. Depois, são necessários mais 10 ou 15 minutos de escalada não muito íngreme, mas em meio ao mato, espinhos e muitas pedras. Os aventureiros que chegam lá em cima, no entanto, são recompensados pela bela paisagem dos campos sulinos vistos do alto.

O aposentado, Filipe Gerúntio, de Alegrete, diz que sempre quis conhecer o local e garante que é um passeio maravilhoso. Ele disse que não gostou de ver garrafas plásticas deixada pelos visitantes.  Conhecer, fotografar, mas não deixar lixo, porque a natureza é algo divino e temos que preservar,comentou.

Além da ponte, outras formações rochosas dão uma toque de maior beleza ao local e ver a os pampas da fronteira lá de cima, com seus campos ou lavouras de arroz, é algo indescritível, comentou a Professora, Rosângela Caiçara Anhaia, que visitava a ponte de pedra pela segunda vez. Na subida, descida e no topo tem uma vegetação típica do local que, também atrai os turistas.

Localizado quase no limite com o município de Manoel Viana, o curioso complexo de rochas parece ter sido construído por um engenheiro, tamanha a semelhança com uma ponte. Mas segundo geólogos, ele é resultado dos efeitos da erosão sobre as rochas areníticas, que acabaram formando um dos mais belos cartões-postais da Região.

A Ponte do Tigre fica na borda superior de um morro, que os fronteiriços costumam chamar de cerro. Segundo Ivo Mello, diretor do IRGA, ela mede cerca de 40 metros de comprimento e 0,8 metros na menor largura e se ergue sobre uma cratera de mais ou menos 15 metros de altura. Fazer a travessia é garantia de emoção para os visitantes, embora seja arriscado.

“Na parte superior, a rocha é muito sólida. Mas na parte de baixo ela é muito friável, está se esfarelando. Pela precariedade dessa formação rochosa e pelos riscos de uma queda, não é muito aconselhável cruzar de um lado para o outro”, recomenda Ivo Mello, Engenheiro Agrônomo que conhece bem o local.

Vera Soares Pedroso