Planejamento projeta volta integral de todos os níveis de ensino apenas em setembro.
O governador Eduardo Leite anunciou, nesta quarta-feira, que o retorno das atividades escolares no Rio Grande do Sul irá ocorrer de forma remota a partir do dia 1º de junho para as instituições públicas e privadas de ensino. As aulas estavam suspensas desde 13 de março, embora muitas instituições privadas já atuem com essa modalidade de ensino à distância. A regulamentação será publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) até esta sexta-feira.
“Por ora, prioridade é fortalecer as aulas remotas e a aprendizagem em casa”, destacou o governador. Como já havia sido antecipado pelo chefe do Estado, o modelo de retomada irá ocorrer por etapas. Entre cada fase haverá um período de 15 dias que, segundo Eduardo Leite, servirá para “analisar o sucesso da fase anterior”. As orientações anunciadas hoje, com a participação do secretário de Educação Faisal Karam e da secretária de Planejamento Leany Lemos, fazem parte da “Etapa 1” do planejamento do governo do Estado.
A plataforma escolhida para a aplicação das atividades remotas é a “Google for Education”. Conforme Karam, serão criadas em torno de 37 mil salas de aula virtuais. O secretário explicou que o novo formato contará com sala de professores virtual e recreio virtual “para que os colegas possam se encontrar”.
Um protocolo de saúde específico para o retorno das aulas está sendo organizado pelo governo do RS para entrar em vigor quando as aulas presenciais iniciarem. Conforme o governador, elas retornam “mais adiante”, e a “Etapa 2” deverá ser anunciada no dia 15 de junho, com atividades a partir de 1º de julho. Nesta fase, conforme explicou o governador, devem retornar as atividades práticas existentes no ensino superior, como as de laboratórios. Também voltam a ser presenciais o calendário acadêmico de pesquisas e estágios superiores.
As atividades que devem integrar a “Etapa 3” ainda não estão definidas. Entretanto, o governo do RS trabalha com alguns cenários possíveis. Um deles é retorno prioritário das aulas presenciais nas escolas de ensino infantil. Um segundo cenário seria o retorno do ensino infantil junto ao ensino fundamental.
Durante a participação na videoconferência, a secretária estadual de Planejamento Leany Lemos destacou a importância e a complexidade do retorno das crianças às escolas. Segundo ela, 80% dos inscritos no Cadastro Único do RS são mães solteiras. “Sempre olhando a curva da pandemia, sempre nos guiando por ela. Mas também olhando para toda essa complexidade”, apontou.
A volta prioritária do ensino médio também não está descartada dos possíveis cenários, que serão definidos de acordo com a análise do controle da pandemia no Estado. Independente da escolha, Eduardo Leite ressaltou que orienta que “as crianças permanecem em casa”, caso possível, mesmo com o retorno da rede infantil de ensino. De acordo com o planejamento do governo, o retorno integral de todos os níveis de ensino deve ocorrer apenas no mês de setembro.
Para a tomada de cada decisão, o governo considera a capacidade de autocuidado do educando, o uso de aulas não presenciais, o número de alunos por turma, os recursos financeiros necessários para a adoção de Equipamentos de Proteção Individual (EPI). Além disso, também é analisado a complexidade do uso do transporte escolar, da circulação de pais e alunos nas escolas, a logística de refeitórios, a situação em que pais e alunos decidem apenas manter o ensino domiciliar, protocolos de saúde, sala de isolamento na escola para alunos que apresentem sintomas.
O novo método deve obedecer aos protocolos do Distanciamento Controlado do governo estadual e aos protocolos específicos que serão publicados pela Secretaria Estadual de Saúde (SES). Além disso, um Comitê de Emergência será instalado nas escolas para monitoramento da execução dos protocolos de saúde.
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Fonte: Correio do Povo