Governo gaúcho discute alternativas para exigência de testes em caminhoneiros ao cruzar a fronteira

A secretária de Saúde, Arita Bergmann, participou da reunião virtual da Comissão do Mercosul e Assuntos Internacionais da Assembleia Legislativa, nesta quarta-feira (29). Na oportunidade, foi debatido o decreto publicado, há 15 dias, pelo governo uruguaio, exigindo a realização de testes RT-PCR para Covid-19 a cada sete dias pelos motoristas brasileiros que entram naquele país. A secretária afirmou que o governo gaúcho está atuando para achar a melhor solução para esse impasse. Segundo ela, não há dificuldade de aplicar testes rápidos nos motoristas sintomáticos ou em quem teve contato com alguém contaminado. No entanto, não há como aplicar em todos os assintomáticos. Arita revelou ainda que existe a possibilidade de realizar os exames no laboratório da Unipampa, o que deverá reduzir o tempo de espera pelo resultado e os custos. A Secretaria de Saúde encaminhará ao governo federal pedido para que interceda junto ao governo uruguaio e agilize as negociações para que a categoria possa continuar trabalhando.

 

O presidente da Associação Brasileira de Transportadores Internacionais (ABTI), Francisco Cardoso, manifestou preocupação. “Fomos pegos de surpresa e estamos inseguros. Cada teste custa cem dólares. Embora o Uruguai acene com a possibilidade de aplicação de um teste por 40 dólares, mas isso ainda não é certo. Nossa sugestão é substituir o PCR por testes rápidos e de preferência sem custos, além de manter o distanciamento social, uso de máscaras e luvas para que possamos seguir trabalhando”, apontou.

O vereador Carlos Nilo Pinho, de Santana de Livramento, que representou a União de Parlamentares do Mercosul (UPM), revelou também que o país vizinho está exigindo seguro de saúde dos motoristas brasileiros, mas que as seguradoras, no entanto, não querem contratar planos para atender Covid-19.

A Comissão do Mercosul e Assuntos Internacionais é presidida pelo deputado estadual Frederico Antunes (PP). Durante a reunião também foram tratados os programas e linhas de crédito existentes no Badesul para empresários gaúchos, em especial, para os que têm negócios em Free Shops de fronteira. Atualmente o empresariado da região da fronteira enfrenta dificuldades na obtenção de capital de giro para levar adiante seus negócios nestes locais. “Os free shops na fronteira foram uma vitória importante. Agora, precisamos criar condições para que os gaúchos sigam abrindo suas lojas para poder concorrer com os empresários uruguaios e americanos”, justificou Frederico.

A diretora-presidente do Badesul, Jeanette Lontra, afirmou que a instituição têm recursos e disposição para colaborar em projetos de desenvolvimento da Região da Fronteira. Segundo ela, a instituição já é parceira em diversos projetos nas áreas da fruticultura e do turismo, tendo financiado empreendimentos como a vinícola Quatambu, em Dom Pedrito, e o Parque de Águas, em Santana do Livramento. Além disso, o Badesul financia projetos de municípios para que eles possam atrair investimentos. Ela revelou também que o Badesul, praticamente, quadruplicou o limite de recursos em 2020, além de ter recebido R$ 60 milhões do Ministério do Turismo para desenvolvimento de programas de fomento à atividade turística.

O presidente da Comissão, Frederico Antunes, propôs a realização de uma nova reunião com lideranças empresariais e representantes do BNDES para dar continuidade ao debate sobre o financiamento de projetos na Região da Fronteira. “Precisamos pensar o pós-pandemia e criar as condições para a reabilitação de nossa economia”, frisou.

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Foto Divulgação Assembléia Legislativa / RS