Guarda Municipal explica por que aumentaram os acidentes de trânsito em Alegrete

A imprudência dos alegretenses no trânsito. Nos últimos meses é visível que a negligência no trânsito é um problema que persiste no município, mesmo com a implantação de campanhas e leis. Geralmente, pela falta de paciência e imprudência no trânsito, são gerados acidentes, o que leva a cidade a ter um crescente nas ocorrências e, até o momento, cinco óbitos.

O debate dos constantes acidentes, não apenas por ser na sua maioria graves, com vítimas, tem sido um dos assuntos entre a população. A reportagem do PAT procurou o diretor da Guarda Municipal, Angelo Tertuliano e o guarda Municipal, Marcelo Nunes,  assim como os dados da Brigada Militar sobre os atendimentos nos últimos dois meses. Durante a entrevista, os guardas municipais que já estão há mais de 20 anos, coordenando as ruas de Alegrete, disseram que a maioria dos acidentes ocorre pela, imprudência, falta de cuidado e distrações, inclusive o aparelho telefônico e a velocidade incompatível que também é um dos motivos mais frequentes de acidentes.

Angelo Tertuliano citou que as normas de trânsito são muito desrespeitadas, a sinalização é para ser cumprida, mas quase que na sua totalidade em acidentes um dos condutores não observa. Na placa de PARE, deve-se parar, não é apenas reduzir e seguir, a preferência é sempre para o condutor que está à direita, isto vale para os locais de “DÊ Preferencia” ou em ruas que não há placa indicando. “Não é porque é a rua do ônibus que aquela via será a preferencial, assim como ser asfaltada, também, não é a indicação de que a sinalização daquela via é contrária ao que o condutor está pensando, por isso, observar as placas e a sinalização viária é determinante para evitar muitos acidentes” – comentou.

Os guardas municipais complementam ressaltando que o número de condutores sem Carteira Nacional de Habilitação é bem expressivo e, para isso, tem que ter mais fiscalizações, entretanto, a deseducação e imprudência nas ruas são de ambos motoristas, com e sem CNH. As manobras incorretas, conversões e falta de atenção são recorrentes.

Atualmente, Alegrete tem cerca de 37 mil veículos, destes a concentração maior é de caminhonetes. Isto corresponde que para cada duas pessoas há um carro, para a população do município em torno de 78 mil é bem expressivo. Essa situação se reflete diretamente nas vias que em alguns momentos ficam congestionadas. “O estudo realizado recentemente e todas as mudanças que estão sendo realizadas depois de um estudo da empresa Consórcio 3C e Pró Cidade relacionadas ao Plano de Mobilidade Urbana, vai auxiliar porque as ruas da cidade são estreitas e não podem ser alargadas, contudo, o trânsito binário se torna mais seguro. De início é normal que os condutores questionem, mas é o melhor para a quantidade de veículos e as ruas como são, já não estão comportando, duas vias e estacionamento em algumas regiões” – explicou Marcelo.

A Brigada Militar no mês de junho comparado ao mês de maio teve um aumento de 13,3% nos acidentes de trânsito com lesões corporais. Com danos materiais o número é ainda maior, 166,6%.
Já nos primeiros 10 dias de julho se comparado com o mesmo período do mês de junho o acréscimo de 50% de acidentes com lesões e se manteve a mesma média de acidentes com danos materiais.

A Guarda Municipal, em maio atendeu 17 ocorrências de acidentes com danos materiais, já em junho foram 32 acidentes. No mesmo período prestou apoio à Brigada Militar em acidentes com lesões, no mês de maio foram 15 e junho 17. Na totalidade isto corresponde a 32 no mês 5 e 49 no mês 6. O que já fica evidente que também houve um aumento nos números.

O diretor da Guarda recorda que em 1999 o município tinha cerca de 17 mil veículos, destes, 2 mil motos. Em pouco mais de 20 anos a frota é superior a 100%.  Ele argumenta que há três fatores para o problema: pedestres; condutores de carros leves e motociclistas. “Temos que ter consciência e buscar por um trânsito mais seguro e harmonioso.” – acrescentou.

Quanto às fiscalizações e demais abordagens que não estão com a mesma regularidade, um dos problemas foi exatamente o excesso de ocorrências, que somaram uma demanda muito maior do servidor nos atendimentos. “Houve uma fiscalização maior nos animais em via pública, com as obras de Corsan e RGE, são diariamente ruas trancadas e sinalizadas e o quantitativo de acidentes, isto nos deixou sem a opção de realizar as fiscalizações que chamamos de PB(Ponto Base). Contudo, neste final de mês todos os finais de placas estarão vencidos e isso vai ter uma demanda também. As operações vão ser reforçadas em locais e horários distintos” – finalizou.

Flaviane Antolini Favero