Homem de 21 anos, réu confesso do homicídio das 21 facadas, está em liberdade

O indivíduo de 21 anos, autor do homicídio das 21 facadas na madrugada da última quinta-feira(19), já está em liberdade. De acordo com informações, o Poder Judiciário entendeu que o fato da prisão ter sido realizada algumas horas depois do crime, não deve-se caracterizar flagrante, como foi o entendimento do Delegado Valeriano Neto. Ele foi colocado em liberdade no último sábado(21).

Em contato com o Delegado, ele disse que a Polícia Civil fez a sua parte, foi um trabalho intenso desde o momento da comunicação do homicídio até a prisão do homem, que confessou aos policiais o assassinato. Ele era amigo da vítima, o pedreiro Vicente Pereira de Moraes de 59 anos.

Ainda falou que a autuação em flagrante  teve um único viés, a única intenção que é a proteção da sociedade. A leitura que a polícia faz da legislação é no sentido de interpretar a favor da proteção da sociedade, sempre garantindo os Direitos Constitucionais conquistados ao longo da história e garantidos pela Constituição Federal. De acordo com o Delegado, foram atendidos todos os requisitos legais e constitucionais. O inquérito será emitido e a polícia cumpre às determinações do Judiciário. Porém, o Ministério Público tem legitimidade e pode recorrer – comentou.

Segundo posicionamento do Poder Judiciário, através da Vara Criminal, embora o relatório do Delegado de Polícia informe diligências policiais realizadas de forma ininterruptas, não houve flagrante com o autor do crime cometendo a infração penal, ou logo após o crime. Assim como ter sido perseguido logo depois, em situação que faça presumir ser o autor da infração, ou que tenha sido encontrado logo na sequência instrumentos como armas, objetos ou papéis.

Ainda segundo Judiciário, a ocorrência do homicídio foi realizada por volta das 7h, destacando que o fato teria ocorrido às 4h42 min e, após o trabalho investigativo, realizou-se a prisão. Ele confessou o crime e o flagrante foi lavrado às 21h45min.

O Juiz da Vara Criminal, Rafael Borba, acrescenta que por esse motivo, não poderia ser realizada a prisão em flagrante. Ele poderia ter sido preso mediante representação pela prisão preventiva, manifestação do Ministério Público e eventual decretação pela autoridade judiciária.

O acusado poderá ter o pedido de prisão preventiva solicitado pelo Ministério Público.

Relembre o crime:

O homem acusado de ser o autor do assassinato do paraibano Vicente Pereira de Moraes de 59 anos, trabalhava com ele como servente de pedreiro. O indivíduo de 21 anos era conhecido da vítima.

Na noite de quinta-feira(19), poucas horas depois do crime que chocou familiares e vizinhos, o acusado foi preso em um estabelecimento rural, nos Pinheiros. Com ele foram encontrados e apreendidos o chinelo e as roupas com resquícios de sangue, os quais serão remetidos ao IGP para confronto com material genético da vítima.

Segundo o Delegado Valeriano, o crime impressionou pela violência com que foi cometido, pois a vítima de 59 anos foi atingida com mais de vinte golpes que faca, que perfuraram áreas vitais, vindo a falecer no local. A Perícia para levantamento do local do crime foi acionada de Santana do Livramento e a perícia papiloscópica se deslocou da cidade de Santo Ângelo.

O homem disse que estava embriagado e que teria ingerido drogas, por esse motivo não recordava com clareza o que ocorreu, disse apenas que as facadas foram desferidas na parte externa da casa, onde o pedreiro foi encontrado. Ele teria demonstrado arrependimento e não informou o motivo da discussão e do desentendimento. “Foram muitas facadas” – teria comentado com os policiais.

O pedreiro foi brutalmente assassinado na madrugada de quinta-feira, em sua residência. Ele foi atingido com mais de 20 estocadas de faca no tórax, a região mais atingida. Vicente também teve um corte profundo na mão o que evidencia que ele lutou para se defender. Além de indícios que, mesmo depois de caído, ele teria sido atingido com mais três facadas na cabeça.

De acordo com a investigação e o relato do autuado, que confessou o crime, a vítima conhecia o agressor e a motivação do crime teria sido um desentendimento entre ambos.