Homem é condenado a 31 anos por estupro de menina de 6 anos

Réu matou criança estrangulada e escondeu o corpo

julgado

Um homem acusado de estrangular, estuprar, matar e esconder o corpo de uma menina de seis anos, em Santa Maria, foi condenado a 31 anos e seis meses de prisão (sendo 20 por homicídio, 10 por estupro e 1 ano e seis meses por ocultação de cadáver), em julgamento que durou mais de oito horas, nesta quinta-feira. O crime, que teve muita repercussão na cidade, ocorreu em novembro de 2012. O réu não poderá recorrer da decisão em liberdade e segue preso na Penitenciária Estadual de Santa Maria, na região central do Estado.

A menina desapareceu em 16 de novembro de 2012, no bairro Carolina, e mobilizou pais, familiares e vizinhos (entre eles, o acusado e sua companheira também denunciada) nas buscas. No início da noite, o corpo foi encontrado em uma sanga localizada nos fundos de casa do casal de acusados. De acordo com o Ministério Público, o homem teria matado a criança asfixiando-a com as próprias mãos.

O motivo seria que ele se incomodava com a presença da vítima na sua casa. A menina costumava frequentar a residência porque gostava de visitar o filho do casal, ainda bebê. Posteriormente, com a ajuda da companheira, que era prima da vítima, teriam ocultado o cadáver da criança.

Vizinhos relataram “comportamento estranho”

Ao longo da fase de instrução criminal, foram ouvidas 12 testemunhas, além do acusado. Em juízo, ele negou a autoria do crime, mas o confessou na Delegacia de Polícia. Laudos periciais demonstraram que o perfil genético do acusado é compatível com o encontrado nos materiais colhidos na criança.

As testemunhas ouvidas em juízo relataram comportamento estranho do acusado no dia do fato. Segundo eles, enquanto todos os vizinhos mobilizavam-se à procura da desaparecida, o homem limitou-se a ajudar na busca próximo a sua residência, além disso também as impediu que procurassem próximo à sanga, onde o corpo foi achado.

O cadáver foi encontrado após o homem indicar o local, alegando ter ouvido barulhos. O mesmo já havia sido revistado, presumindo-se que o corpo fora colocado posteriormente às buscas. Os pais da menina relataram que o vizinho e sua esposa ajudaram na procura. Contaram ainda que a companheira teria avistado um veículo escuro nas proximidades e que este teria pego a vítima.

Mudança de versão

Em depoimento à polícia, o denunciado assumiu o delito. Segundo ele, após ingerir bebida alcoólica, teria estrangulado a menina e a colocado na sanga. Na tentativa de reanimá-la, o homem teria forçado demais o peito da vítima, ouvindo um estalo, tendo certeza neste momento da sua morte.

Em juízo, o réu mudou a versão: disse que, ao chegar em casa, a criança estava morta e seu corpo dentro de um armário, culpando a sua esposa. Em 30 de julho de 2014, o Juiz Ulysses Fonseca Louzada determinou que o caso fosse julgado pelo Júri Popular. O que ocorreu nesta quinta-feira, com o júri presidido pelo mesmo juiz, titular da 1ª Vara Criminal da Comarca.

Fonte: Correio do Povo