Último trabalho do ator que morreu em abril iniciou festival na serra gaúcha.
Apesar do frio, público foi ao tapete vermelho tietar os artistas.
Com uma homenagem a José Wilker, começou nesta sexta-feira (8) o Festival de Cinema de Gramado, na Serra do Rio Grande do Sul. O longa-metragem “Isolados”, dirigido por Tomás Portella, foi escolhido para abrir o evento, fora da mostra competitiva. Trata-se do último e ainda inédito trabalho de Wilker no cinema. Em abril deste ano, um infarto vitimou o ator, que também era um dos curadores do festival.
Na cerimônia no Palácio dos Festivais, uma placa com o nome de José Wilker foi entregue à viúva Claudia Montenegro e à filha de José Wilker, Mariana Vielmond, que assina o roteiro de “Isolados”.
“É difícil conter a emoção. A gente queria dizer que recebe essa homenagem com muita gratidão. São homenagens como essa que fazem com que meu pai continue aqui, junto da gente. Essa homenagem é mais especial por ser no Festival de Gramado, que ele tinha um envolvimento muito grande, recente e antigo, porque ele me trouxe aqui há mais de 10 anos. Tenho muitas recordações daqui”, disse a roteirista.
Ao lado do elenco, composto por Regiane Alves e Bruno Gagliasso, o diretor Tomás Portella também lembrou a memória do ator.
Queria agradecer ao Wilker, que é um cara por quem eu tinha um carinho, uma relação pessoal muito grande. Ele é totalmente envolvido no nosso filme, a Mariana escreveu o roteiro. Para mim é uma honra ter ele em um filme meu. É uma pena a gente estar fazendo uma homenagem pra ele e não ter ele aqui, mas ao menos a gente eternizou ele de alguma forma”, disse o cineasta Tomás Portella, no palco, minutos antes da projeção.
Assédio no tapete vermelho
A sessão, porém, foi movimentada mesmo do lado de fora. Metade dos 950 lugares do Palácio dos Festivais foi ocupada. Pouco antes das 19h, o elenco do filme cruzou o tapete vermelho. O casal protagonista da trama foi o mais assediado. Em resposta aos gritos femininos, Gagliasso acenava para as meninas.
“A memória do Zé vai estar sempre presente nas nossas vidas, pela pessoa que ele é.
Pelo caráter dele. Nesse filme a gente não contracena, mas era sempre muito bom estar com ele. E ainda é um texto da filha dele, ou seja, é um momento muito especial”, disse Regiane Alves antes da exibição do longa-metragem. “Ele faz falta para todo mundo. Em pouco tempo em que a gente esteve junto, deu para sentir que ele era um cara muito querido por todos”, completou o ator.
Logo após a projeção, às 21h30min, haverá a exibição de “A Despedida”, de Marcelo Galvão, primeiro longa-metragem em competição, com a presença dos atores Juliana Paes e Nelson Xavier e do diretor Marcelo Galvão. A sessão do filme terá audiodescrição.
Ao todo, 44 filmes, entre longas e curtas-metragens nacionais e latinos concorrem ao Kikito. São quatro mostras em disputa: longas-metragens brasileiros, longas-metragens estrangeiros, curtas-metragens nacionais e curtas-metragens gaúchos.
Os ingressos para assistir aos filmes da programação custam R$ 20 e R$ 10 (meia entrada). Para a noite de premiação, o bilhete custa R$ 100, sem desconto. Os bilhetes podem ser adquiridos na Sociedade Recreio Gramadense ou pelo site Ingresso Rápido (clique aqui).
– Serviço
42ª Festival de Cinema de Gramado
Data: De 8 a 16 de agosto
Onde: Palácio dos Festivais (Av. Borges de Medeiros, 2697)
Quanto: De R$20 (sessão) a R$ 100 (premiação)
– Todos os filmes da mostra competitiva
Longa-metragem nacional
“A despedida” (2014), de Marcelo Galvão (SP)
“A estrada 47” (2014), de Vicente Ferraz (RJ)
“A luneta do tempo” (2014), de Alceu Valença (RJ)
“Esse viver ninguém me tira” (2014), de Caco Ciocler (DF)
“Infância” (2014), de Domingos Oliveira (RJ)
“O segredo dos diamantes” (2014), de Helvécio Ratton (MG)
“Os senhores da guerra” (2014), de Tabajara Ruas (RS)
“Sinfonia da necrópole” (2014), de Juliana Rojas (SP)
Longa-metragem estrangeiro
“Algunos dias sin musica” (2013), de Matías Rojo (Argentina/Brasil)
‘El critico” (2014), de Hernán Guerschuny (Argentina)
“El lugar del hijo” (2013), de Manuel Nieto (Uruguai)
“Esclavo de dios” (2013), de Joel Novoa (Venezuela)
“Las analfabetas” (2013), de Moisés Sepúlveda (Chile)
Curta-metragem nacional
“A pequena vendedora de fósforos” (2014), de Kyoko Yamashita (RS)
“Brasil” (2014), de Aly Muritiba (PR)
“Carranca” (2014), de Wallace Nogueira e Marcelo Matos de Oliveira (BA)
“Carta a uma jovem cineasta” (2014), de Luiz Rosemberg Filho (SC)
“Compêndio” (2014), de Eugênio Puppo e Ricardo Carioba (SP)
“Contínuo” (2013), de Carlos Ebert e Odécio Antônio (PB)
“História natural” (2014), de Júlio Cavani (PE)
“La llamada” (2014), de Gustavo Vinagre (SP)
“Max Uber’ (2014), de André Amparo (MG)
“O clube” (2014), de Allan Ribeiro (RJ)
“O coração do príncipe” (2014), de Caio Ryuichi Yossimi (SP)
“O que fica” (2014), de Daniella Saba (SP)
“Se essa lua fosse minha” (2013), de Larissa Lewandowski (RS)
“Sem Título #1: Dance of Leitfossil” (2014), de Carlos Adriano (SP)
Mostra gaúcha
“A pequena vendedora de fósforos” (2014), de Kyoko Yamashita (Porto Alegre)
“Bacon ou rúcula” (2013), de Laércio Leitzke (Porto Alegre)
“Caçador” (2014), de Rafael Duarte e Taísa Ennes (Canoas)
“Casa de Pompas” (2014), de Bruna Fortes e Gabriel Paixão (Pelotas)
“Descompasso” (2014)” de Rodolfo de Castillos Franco (Porto Alegre)
“Domingo de Marta” (2014), de Gabriela Bervian (Porto Alegre)
“Espelhos” (2014), de Diego Tafarel (Santa Cruz do Sul)
“Gildíssima” (2014), de Alexandre Derlam (Porto Alegre)
“Hotel Farrapos” (2014), de Lisandro Santos (Porto Alegre)
“Linda, uma história horrível” (2013), de Bruno Gularte Barreto (Porto Alegre)
“O encontro” (2013), de Fabrício Silva (Porto Alegre)
“O que ficou para trás” (2014), de Pedro Guindani (Porto Alegre)
“O relâmpago e a febre” (2014), de Gilson Vargas (Porto Alegre)
“Os meninos perdidos” (2013), de Giordano Gio (Porto Alegre)
“Servido com candura” (2013), de Tatiane Andréa Enzweiler (São Leopoldo)
“Sioma – O papel da fotografia” (2014), de Karine Emerich e Eneida Serrano (Porto Alegre)
“Diminutivos” (2014), de Luciana Mazeto e Vinícius Lopes (Porto Alegre)
Fonte: G1