Governo do Estado fez corte de RS 300 milhões nos repasses
Diante do corte dos repasses do governo do Estado, em torno de R$ 300 milhões, os hospitais filantrópicos gaúchos alertam para uma redução drástica nos atendimentos. Nesta sexta-feira, às 14h, em Porto Alegre, a categoria estará reunida para discutir, entre outras coisas, a situação das instituições, que já veem amargando dificuldades financeira há anos.
Em entrevista publicada nesta terça-feira no Correio do Povo, o secretário estadual de Saúde, João Gabbardo, disse que os valores repassados aos hospitais filantrópicos permanecerão os mesmos de 2014 e que os valores superiores que foram assumidos não deverão ser cumpridos. Segundo o presidente da Federação das Santas Casas do RS, Julio Dornelles de Matos, o governo tem realizado os pagamentos dos serviços. Porém, há um passivo de R$ 132,6 milhões, referente aos meses de outubro e novembro do ano passado. Além disso, não está sendo feito o repasse de R$ 25 milhões mensais referentes ao cofinanciamento do Estado, que totaliza R$ 300 milhões neste ano, conforme previsto no Orçamento de 2015.
Segundo Matos, esse último valor é considerado essencial para a manutenção das atividades, uma vez que serve para reduzir o déficit dos hospitais com o Sistema Único de Saúde (SUS), superior a R$ 400 milhões ao ano. “Sem esse recurso não conseguiremos sustentar as atividades da mesma maneira que elas são feitas atualmente. Então, a proposta que será levada na assembleia desta sexta-feira é para que todas as instituições refaçam os seus contratos, o que reduzirá os atendimentos”, sentenciou.
Ele também ressaltou que é preciso que o governo do Estado assuma esse corte publicamente. Matos recordou que a Federação se reuniu com o governador José Ivo Sartori no início de março. Na ocasião, o governador teria dito que seriam buscadas alternativas. Porém, até o momento não foi apresentada nenhuma alternativa. “Não podemos abandonar esses pacientes na rua, mas não podemos assumir a culpa por não prestar o atendimento”, afirmou. A rede é formada por 245 santas casas e hospitais filantrópicos.
Fonte: Correio do Povo