Março, o mês mais letal da pandemia e os números em Alegrete

O março encerrou com 92 óbitos em 31 dias e mais de 3 mil pessoas positivadas(3.052) neste período, além de um número superior a 6 mil novos testes(6.126) realizados. Foi o mês mais letal de toda pandemia e que manteve o número de hospitalizações muito acima da média com mais de 100% dos leitos de UTI Covid ocupados e no Hospital de Campanha. Assim como, boa parte do mês, foi a realidade na Unidade de Pronto Atendimento(UPA). Abril começa sem leitos na UTI Covid, os 15 ocupados, todos com ventilação mecânica. Até o dia 28 de fevereiro,onze meses de pandemia, Alegrete havia registrado 66 mortes em decorrência do vírus, 5.098 pessoas tinham sido positivadas e 19.982 testadas.

 

Um mês que representou o maior índice em todos os indicadores: internações, pacientes positivados, número de testes, pacientes ativos em domicílio e mortes. Não apenas em Alegrete, como o Estado foi o período mais crítico desde que a pandemia teve início no ano passado. Exatamente um ano depois, por quatro semanas, a medida foi deixar todo o Rio Grande do Sul em Bandeira Preta para tentar arrefecer os casos e óbitos, principalmente o número de pacientes internados em UTIs. O resultado desta ascensão, os especialistas atribuem em consequência dos feriadões que começaram no Natal, depois nas festas de final de ano e o ápice com as aglomerações do Carnaval, além de novos variantes mais agressivas.

Por outro lado, a vacina chegou e, com ela, a esperança de dias melhores. Entretanto, toda essa situação está associada ao comportamento da população e a nova Cepa ( variantes do vírus), mais letal e contagioso. O março foi um mês de perdas, famílias foram dizimadas e em muitas todos os familiares acabaram contaminados.

Segundo pesquisa de especialistas e de muitos infectologistas e pneumologistas, a cada 10 pacientes intubados, no Brasil, no mínimo sete vão a óbito. Esse número ficou muito evidente e o Município acompanhou essa letalidade de perto, com até sete registros em apenas um Boletim Epidemiológico de mortes em decorrência da Covid. Famílias que perderam até três familiares, pacientes jovens e sem comorbidades, idosos e na maioria homens, perderam suas vidas em consequência da doença.

Com aumento dos casos, muitas medidas foram adotadas e uma delas foi um monitoramento por áreas e bairros. O levantamento da incidência do vírus foi realizado pelo idealizador dos gráficos, Marco Rego. O estatístico que está fazendo este acompanhamento desde o ano passado, apresentou gráficos das áreas que representam maior riscos de contágio e maior número de casos positivos. Assim, a classificação é feita em quatro etapas: a cor preta é altíssimo risco de contágio e contaminados naquela área, a cor vermelha significa que é alto índice, já a cor amarela é médio e a azul pequeno número de positivados e baixo risco de contágio.

Neste gráfico a seguir, pode-se visualizar bem a região que está em vermelho, ela representa um número muito alto de positivados no Município. As áreas da Estratégia da Saúde da Família da Piola, Cidade Alta, Avenida Rondon, Macedo, Dr Romário, Promorar e Nova Brasília, são as mais críticas.

 

Alegrete, com um único hospital, tem atualmente 23 respiradores, conforme o Governo do estado. O mês encerrou com 11.9% dos leitos Covid ocupados e 100% dos respirados igualmente ocupados. A última atualização foi 31 de março às 20h06.

No Estado do Rio Grande do Sul, até a última atualização na noite de ontem, o registro foi de 845.380 casos positivos em um ano, já o número de óbitos chegou a 19.736, sendo 7.344, mortes, somente no mês de março, segundo Boletim da Secretaria de Saúde do RS.

Flaviane Antolini Favero