Marfrig de Alegrete é rigoroso nas normas de controle do Coronavírus

Considerado serviço essencial, o setor de carnes não parou as atividades em meio às medidas de isolamento social impostas por estados e municípios e costuma ter aglomeração de pessoas na linha de produção. Com isso, há a preocupação de que a Covid-19 possa se espalhar entre esses profissionais, isso devido alguns levantamentos apontarem os frigoríficos como um dos grandes propagadores do vírus.

Entre todos os Frigoríficos do país, a situação mais grave registrada até agora é no Rio Grande do Sul. Mais de 16 mil pessoas que trabalham nessas instalações foram potencialmente expostas ao vírus, de acordo com o governo estadual. Entre as cinco cidades com mais casos de coronavírus no estado, três têm frigoríficos: Marau, Lajeado e Passo Fundo. Em Passo Fundo e Lajeado, esses trabalhadores tiveram um peso decisivo para o contágio.

Há pelo menos 120 casos confirmados da doença entre funcionários de frigoríficos do estado, sendo que ao menos uma pessoa morreu em decorrência da Covid-19, segundo a Secretaria da Saúde do Rio Grande do Sul.

Com esse levantamento, a reportagem falou com o sindicalista Marcos Rosse, presidente do Sindicato da alimentação.  Com mais de 600 funcionários, o Frigorífico Marfrig, tem sido um exemplo na Fronteira Oeste pela prevenção e cuidados contra o coronavírus. Marcos destacou que há tempos vem acompanhando o trabalho da planta em Alegrete e acrescenta que o trabalho de higienização sempre foi muito intenso. Há detergente para lavar às mãos, calçados, álcool em gel, máscaras, além de toda limpeza rigorosa que é feita todas as noites com cloro, água fervendo entre outros.

“Confesso que minha preocupação não está no interior da planta, vejo que os cuidados são muito severos. Os caminhoneiros que estão chegando de outros estados, tem a temperatura aferida, a alimentação é em outro espaço, a própria rotina no momento do refeitório mudou. Agora são poucos que estão indo, para evitar aglomeração, com horários mais alternados. Embora reconheça que o local por ser úmido e a mudança de temperatura entre o abate e a desossa existe o risco e que o local é considerado um dos maiores propagadores do vírus. Mesmo assim, reitero que aqui, o receio maior são com os trabalhadores fora do Frigorífico. Pois não há como monitorá-los. Eles estão nos supermercados, em locais públicos, não têm como saber como são os cuidados dentro do lar. Por esse motivo, acredito que a responsabilidade de cada trabalhador fora da planta seja ainda mais importante. Pois sei que lá, eles estão com todas as medidas de prevenção” – comentou.

Marcos cita que a ação do Frigorífico na prevenção é elogiável. Além de outra iniciativa que foi a realização da vacina contra H1N1 em todos os funcionários da planta de Alegrete.