Médico preso por estupro em RR enviou nude e assediou garota de 14 anos por rede social

Suspeito foi preso após menina mostrar mensagens para a mãe que procurou a polícia. Por ter nível superior, ele teve direito a cela especial e foi transferido a quartel da PM após ficar três dias em presídio.

O médico suspeito de abusar sexualmente de três adolescentes amigas da filha assediou uma das vítimas, uma menina de 14 anos, por rede social e chegou a enviar a ela uma foto do pênis. “Eu acho teu corpinho maravilhoso”, disse à garota em uma das mensagens que foram obtidas pelo G1.

Damião Edme Diniz, de 47 anos, foi preso por estupro de vulnerável e corrupção de menor na semana passada. Ele foi denunciado à polícia pela mãe da menina que recebeu as mensagens. A conversa entre ele e a vítima foram anexadas ao inquérito policial que investiga o caso.

O advogado de defesa do médico, Ednaldo Vidal, disse que acabou de assumir a função e só vai comentar o assunto depois que tiver acesso integral ao caso, que corre em sigilo.

Ainda segundo ele, por ter nível superior, o médico obteve na Justiça o direito à prisão especial. Por isso, foi transferido da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc) para um quartel da Polícia Militar, o Comando de Policiamento da Capital (CPC), no domingo (3).

Em prints da conversa obtidos pelo G1, o suspeito elogia a adolescente e relata em detalhes um sonho erótico que disse ter tido com ela. Depois, pede que ela mande foto vestida com um “biquininho” e envia a foto do pênis.

Em outro trecho, o médico pergunta se é a própria garota que está respondendo as mensagens porque teme que seja sua mãe e pede seu número de WhatsApp. Ele ainda cobra que ela mantenha tudo em segredo e avisa que a menina deve apagar a conversa, sempre insistindo para que ela responda.

Em outras mensagens, suspeito falou para garota apagar conversa e insistiu para que ela o respondesse — Foto: Reprodução

Em outras mensagens, suspeito falou para garota apagar conversa e insistiu para que ela o respondesse — Foto: Reprodução

De acordo com as investigações da polícia, a menina recebeu as primeiras mensagens pelo Instagram quando estava na escola e, abalada, procurou a psicóloga da instituição para relatar o que tinha ocorrido. Ela também contou tudo para a mãe, que procurou a polícia e denunciou o médico.

Ainda segundo o relato da menina à polícia, o médico começou a segui-la na rede social no início deste ano após ela ter ido duas vezes à casa dele sem sequer tê-lo visto no local.

Depois disso, outras duas meninas que frequentavam a casa dele, por conta da amizade com a filha, também relataram abusos. Elas disseram que o suspeito as “abraçava de forma maliciosa, passando as mãos nos seios delas”.

Uma das vítimas também contou à polícia que uma vez dormiu na casa da amiga, acordou antes dela e o médico tinha voltado do trabalho. Ele então entrou no quarto em que ela estava sozinha, pediu que ela sentasse no seu colo e passou a mão nos seus seios. Assustada, a garota se levantou e o suspeito foi embora.

O médico teve a prisão preventiva decretada após a delegada Jaira Farias, do Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente (NPCA), fazer o pedido à Justiça.

A delegada disse que os abusos foram comprovados pelos depoimentos das outras duas vítimas e pela conversa do suspeito com a garota. O crime de estupro de vulnerável se caracteriza pela prática de atos de conotação sexual ou conjunção carnal, em que a vítima é menor de 14 anos.

Ainda conforme as investigações, três vítimas – duas de 14 anos e uma de 13 – foram identificadas até agora, mas segundo a delegada esse número pode ser maior. De acordo com a polícia, o médico trabalhava no Hospital Coronel Mota, unidade pública que fica em Boa Vista, e também na junta médica da Secretaria da Gestão Estratégica e Administração (Segad).

Durante as buscas na casa dele, onde foi preso, a polícia apreendeu um notebook e um celular que estão sendo periciados. A prisão dele é preventiva e, conforme a delegada Jaira Farias, não tem prazo para terminar. Se for condenado por estupro de vulnerável e corrupção de menor, a pena pode chegar a 19 anos de prisão.

Fonte: G1