Anualmente, data celebra as tradições gaúchas ao lembrar quem lutou na Revolução Farroupilha. Eventos foram cancelados pelas prefeituras devido à pandemia da Covid-19. Já em Lajeado, no Vale do Taquari, cerimônia aconteceu com liberação municipal.
O domingo de 20 de Setembro foi marcado por cavalgadas e desfiles em diversas cidades do Rio Grande do Sul. Entretanto, a realização desses eventos farroupilhas contraria a decisão de prefeituras que proibiram as celebrações como medida de prevenção à Covid-19.
Anualmente, a data celebra as tradições gaúchas ao lembrar quem lutou na Revolução Farroupilha.
Na cidade de Sapucaia do Sul, na Região Metropolitana de Porto Alegre, centenas de cavalarianos participaram do Desfile Farroupilha, mesmo depois da prefeitura municipal suspender toda a programação.
De acordo com coordenador da 12ª Região Tradicionalista, Fabiano Vencato, houve um pedido de autorização ao município para realização de uma cavalgada mas, com o pedido negado pelo Executivo, a ideia não foi adiante.
Sem autorização da prefeitura, cavalarianos saem às ruas de Sapucaia do Sul neste 20 de setembro — Foto: Reprodução/RBS TV
Vencato disse ainda que a cavalgada que ocorreu em Sapucaia do Sul na manhã desse domingo (20) foi realizada por entidades que não são filiadas ao Movimento Tradicionalista Gaúcho.
“Esses cavaleiros desfilaram e fizeram de forma independente. Aqui na cidade existem muitas entidades, piquetes, que não são filiados ao Movimento Tradicionalista Gaúcho. Eles se organizaram e fizeram um desfile por conta”, afirma.
A prefeitura municipal de Sapucaia do Sul informou que cancelou toda a programação da Semana Farroupilha como medida de prevenção à Covid-19. O executivo informou ainda que deve decidir nessa segunda-feira que medidas adotar em relação à cavalgada clandestina.
Desfiles farroupilhas foram suspensos em diversas cidades do RS por conta da pandemia de Covi-19 — Foto: Reprodução/RBS TV
Também sem autorização, em Alegrete, na Fronteira Oeste do estado, cerca de 40 cavalarianos participaram de uma cavalgada com duração de duas horas, que percorreu ruas e avenidas da cidade.
O prefeito de Alegrete, Márcio Amaral, informou que deve representar contra os organizadores do evento.
“Não está autorizada. A Brigada Militar está monitorando, até porque não tem efetivo para ir para um confronto. Estão todos avisados de que é um ato ilícito. O Ministério Público está sabedor disso, estão sendo feitas filmagens e será representado junto ao MP por desacato a autoridade. O município foi muito claro em dizer de que não estavam autorizadas nenhuma manifestação de cavalgadas no 20 de setembro. O comando da Brigada Militar já identificou os organizadores”, pontua Amaral.
O promotor Rodrigo Pinto, do Ministério Público de Alegrete, disse que ainda não foi formalmente informado sobre a realização da cavalgada.
“Se ocorreu, é lamentável. A gente sabe do papel de Alegrete na divulgação da cultura gaúcha. Mas se de fato aconteceu, os envolvidos devem ser identificados e analisada uma eventual responsabilização”, explica o promotor.
No Noroeste gaúcho, na cidade de Cruz Alta, cerca de 100 cavalarianos, de diferentes entidades tradicionalistas, fizeram o tradicional trajeto pela cidade carregando a chama crioula. Mesmo com usando máscaras e mantendo distanciamento, o evento não foi informado à prefeitura.
Com autorização
Já em Lajeado, no Vale do Taquari, a cavalgada de 20 de setembro teve autorização da prefeitura. Os cavalarianos precisaram seguir um protocolo de prevenção à Covid-19 que estabeleceu, entre outras regras, o uso obrigatório da máscara facial, e pessoas do grupo de risco não puderam desfilar.
O secretário municipal de Cultura Esporte e Lazer, Carlos Rodrigo Reckziegel, disse que os protocolos funcionaram bem.
“Ao fim do desfile, apenas o hino sem a costumeira cerimônia para que os cavalarianos pudessem logo se dispersar. Funcionou exatamente conforme o planejado”, comemora.
Cerca de 400 cavalarianos participaram do desfile em Lajeado.
Desfile teve autorização em Lajeado, mas participantes tiveram de usar máscaras de proteção — Foto: Reprodução/RBS TV