Queda de meteoro com luminosidade maior que a Lua foi registrada pelas câmeras de observatório. Fenômeno espacial caiu na cidade de Vacaria, na serra gaúcha.
Um morador de Vacaria, na serra gaúcha, afirma que viu a queda de um meteoro de grande luminosidade, registrada no Rio Grande do Sul, na madrugada desta quinta-feira (1º). “Inclusive foi possível escutar o barulho como se tivesse trovejando por um tempo, 20 segundos com continuidade”, diz Edson Carlos de Almeida.
Ele enviou ao G1 um vídeo, feito por câmera de segurança, que mostra um clarão. Segundo ele, foi na hora em que o meteoro passou pela cidade.
“O que chamou a nossa atenção, foi o barulho muito forte e tremendo as casas. Meu filho estava na rua no momento, e viu o clarão, até comentando que alguns poste de iluminação pública demoraram a ligar a luz novamente”, afirma.
O filho de Edson, Matheus Zambrzycki de Almeida, conta que passava de carro, pela Rua João Teodoro Duarte, quando viu o clarão. “Por um instante, ficou dia”. Era por volta de 1h da manhã quando ele percebeu o fenômeno.
“Achei que fosse uma tempestade de raios. Não tive ideia de que fosse um meteoro”, afirma.
A Defesa Civil da cidade informou ao G1 que não recebeu relatos de moradores sobre eventuais consequências do meteoro até o início desta tarde. A RGE, concessionária de energia da região, afirma que não houve contato entre o meteoro e a rede elétrica.
Observatório registra meteoro com luminosidade maior que a lua em Caxias do Sul
De acordo com o professor, pedaços do meteoro podem ser encontrados, mas ainda não se sabe o local exato da queda.
“Agora vamos determinar a área de dispersão dos fragmentos. Estima-se já que a massa deste meteoro posso ficar na ordem de toneladas ao ingressar na atmosfera. O peso dele quando entrou na atmosfera foi enorme. Se fragmentou depois em vários pedaços”, diz.
Luminosidade maior do que a Lua
O Observatório Espacial Heller & Jung registrou a queda do meteoro, cuja luminosidade é maior do que a da Lua. O fragmento iniciou a trajetória no céu de Caxias do Sul, na serra gaúcha.
“Durante seis segundos, o meteoro brilhou intensamente, superando facilmente o brilho da Lua Cheia até sua explosão final e extinção a 22 Km de altitude sobre o município de Vacaria, também no Rio Grande do Sul”, o professor Carlos Fernando Jung.
De acordo com o proprietário do observatório e diretor científico da região Sul da Brazilian Meteor Observation Network (Bramon), análises preliminares, feitas a partir da triangulação dos vídeos, permitiram traçar a trajetória do superbólido, como são chamados os meteoros.
“Ele começou a brilhar a cerca de 89,5 Km sobre a Zona Rural, a leste de Caxias do Sul, e seguiu na direção norte, a 16,9 Km/s (60,9 mil Km/h) em um ângulo de entrada de 44° em relação ao solo”, explica.
“O fato que é interessante seria que foi o maior registrado até hoje no Sul desde 2016”, destaca Jung.
Ainda segundo o professor, o meteoro, que caiu às 1h09, é um superbólido que, no final, explode. O fragmento tem magnitude igual ou superior a -4. Números negativos indicam um brilho maior do meteoro.
“Em função da onda de choque que ele produz, há sensação de explosão. Quando ocorre isso, o meteoro possivelmente deixou resquícios, produzindo meteoritos no solo”, diz.
“Durante seis segundos, o meteoro brilhou intensamente, superando facilmente o brilho da Lua Cheia até sua explosão final e extinção a 22 Km de altitude sobre o município de Vacaria, também no Rio Grande do Sul”, o professor Carlos Fernando Jung.
O observatório é privado e iniciou as atividades em 2016. No começo de 2019, o local recebeu câmeras que captam imagens em 360 graus. Atualmente, são 24 câmeras em operação. Vinte e duas ficam em Taquara, uma em São Leopoldo e uma em Porto Alegre.
Carlos Jung é diretor da Região Sul (RS, SC e PR) da BRAMON – Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros.
Fonte: G1
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