Moradores de rua, vítimas do álcool e drogas, são auxiliados por grupo da Saúde Mental

Durante as últimas décadas, houve significativos avanços na saúde, novos dispositivos para promoção de acolhimento e cuidado, além de ações voltadas para redução de danos.

Escolher um modelo de tratamento para dependência química nem sempre é uma tarefa fácil. Muitas vezes o dependente recusa o modelo de tratamento proposto ou simplesmente não enxerga a necessidade de um. No entanto, a internação do dependente químico pode ser necessária.Para o dependente químico é difícil voltar para casa no estado em que se encontra, por isso, ele opta por ficar na rua. Nos poucos momentos de lucidez, a vergonha e o arrependimento o impedem até mesmo de pedir ajuda.

Depois de gravíssimo acidente, ele contrariou prognósticos médicos, venceu cada desafio e hoje vê a vida com outros olhos

A redução de danos segue firme no projeto ético de cuidar das vidas, de estimular saúde e cuidado entre as pessoas. Prevenir é compartilhar informação, e informação não é apologia.

Em Alegrete, uma equipe composta por seis agentes redutores de danos, realizam um trabalho muito importante junto às pessoas que ficam nas ruas. Todas têm famílias, mas optam pela “liberdade” que julgam ter nas vias públicas com seus vícios. Muitos são dependentes químicos, outros dependentes de bebida alcoólica. Em mais uma ação realizada na manhã de ontem(18), uma situação chamou atenção dos redutores. Um dos homens que fica nas adjacências da Praça Nova, geralmente opta por dormir naquela região.

Mãe, o supremo exercício de amor, doação e superação

Ao ser abordado pelos redutores descreveu uma cena cruel que aconteceu com o mesmo. Há poucos dias, ele foi acordado pelos seus cães, que o defenderam, mas as mãos estavam queimando. Ele ficou com lesões devido a queimaduras provocadas por álcool. Ele apenas soube informar que, ao acordar com as mãos queimando, percebeu dois indivíduos correndo em direção à Cidade Alta. Outros dois homens que também ficam na rua e algumas vezes dormiram no espaço do feirante na Zona Leste, perto da Unipampa, também sofreram agressões e tentativa de homicídio, pois os indivíduos estavam com garrafas de álcool e ameaçaram colocar fogo. Um relato muito triste para uma cidade como Alegrete, onde por vezes se mostra grandiosa diante da generosidade em beneficio do seu conterrâneo.

Quando a superação de um trauma é inspiração para valorizar a vida e amigos

Não é generalizar, mas pedir respeito com essas pessoas que, na maioria já estão nesses locais em razão da dependência, na grande maioria, do álcool.

Os agentes redutores de danos o encaminharam à UPA para avaliação médica. Também foi colocado à disposição dele toda rede de saúde do Município para que possa fazer tratamento adequado  contra o alcoolismo. Os seis profissionais que atuam nesta ação são capacitados e fazem parte da rede de saúde, Saúde Mental coordenado pela psicóloga Nádia Mileto.

Embora uma das principais causas de algumas pessoas permanecerem nas ruas seja a não aceitação de ajuda, a prefeitura não abre mão de realizar um trabalho junto às pessoas em situação de rua.

Bruno Souza, o músico alegretense que depois de grave acidente, está nos palcos

Existe um local específico que oferece abrigo temporário, mas muitos rejeitam a ideia e negam auxílio oferecido. E é exatamente este tipo de serviço que os agentes redutores de danos, estão realizando no mínimo duas vezes por semana durante a pandemia do novo coronavírus. As equipes muitas vezes são compostas por equipes da Saúde Mental, Redutores de Danos, SAMU Mental, Caps Ad, Serviço Residencial Terapêutico, que dialogam com diversas pessoas que estão em pontos já conhecidos dos agentes.

Fotos: Agente de Danos